
Na contramão do País
Barrinha não estimula a economia de água. Muito antes pelo contrário
Em Barrinha, na região de Ribeirão Preto, é corriqueiro ver pessoas lavando calçadas e ruas sem qualquer preocupação com a economia de água tão solicitada praticamente todos os dias.
Não que em outras cidades tal cena não ocorra. Mas em Barrinha a cena é mais comum porque a Prefeitura não faz medição de água e nem cobra pelo desperdício. Cada unidade consumidora para taxa única.
Sim, cada unidade. Não importa se residência grande ou pequena, com um morador ou dez. Nem se tem uma ou mais piscinas. Também não tem importância se comércio ou indústria.
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Barrinha ainda cobra taxa única de água
Assim, se um consumidor deixar a torneira aberta 24 horas por dia pagará cerca de R$ 22 por mês. O valor é o mesmo de quem briga com familiares para economizar água. É um descuido. Melhor, um desleixo público.
Tudo porque vereadores preferem o conforto do voto garantido nas próximas eleições do que água assegurada para as futuras gerações. O atual prefeito até tentou modificar a história, mas a Câmara rejeitou o projeto.
As alegações foram variadas. Mas as versões só esconderam o que sempre está explícito nestas ocasiões. O vereador raciocina (será mesmo?) que é melhor consentir com o desperdício que arriscar a reeleição.
E não pense, nobre leitor, que a defesa do voto a qualquer custo é um privilégio dos vereadores de Barrinha. No Congresso Nacional a grande maioria pensa de forma parecida, assim como nas assembleias legislativas e outras câmaras municipais.
Parece não ser importante, mas é. De concessão em concessão, o País vem se transformando nisso que é. Com instituições desacreditadas e políticos com péssima imagem.
E a tendência é de piora se os políticos continuarem a pensar que o voto é melhor que o bem estar da coletividade. Melhor que a garantia de futuro.