Nem o Papa escapa

Nem o Papa escapa

Deputado quer ajuda do Vaticano para liberar composto que pode combater o câncer

 O deputado estadual Rafael Silva (PDT), que vem fazendo uma verdadeira cruzada pela liberação da fosfoetanolamina sintética, um composto descoberto por pesquisadores da USP do campus de São Carlos que ajuda a reduzir os sintomas do câncer, apelou a autoridades religiosas, entre elas o próprio papa Francisco para tentar conseguir o seu intento.}

Apesar de aparentemente simples, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) defende a realização de testes antes da liberação do composto como medicamento. Ele vinha sendo distribuído em forma de pílulas de custo extremamente baixo para algo que pode reduzir os avanços do câncer.

Mas a universidade foi proibida de realizar a distribuição. Por meio de liminares concedidas pela Justiça de primeira instância a distribuição começou a ser feita a pacientes que entravam com ação com este fim. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) também deu sentença proibindo a concessão de liminares.

Desde a proibição o deputado vem criticando ferrenhamente os governos federal e estadual pela “retenção” do composto. E com ajuda de parlamentares federais, conseguiu que o governo do Rio Grande do Sul passe a produzir a fosfoetanolamina.

Agora o parlamentar enviou ofícios, nesta segunda-feira, dia 23, para dom Moacir Silva, arcebispo da Arquidiocese de Ribeirão Preto, cardeal dom Odilo Pedro Sherer, arcebispo da Arquidiocese de São Paulo; núncio apostólico Dom Giovanni D’Aniello, representante do Vaticano no Brasil; Embaixador do Brasil junto à Santa Sé, Denis Fontes de Souza Filho, e para o soberano do Estado da cidade do Vaticano, Jorge Mario Bergoglio, ou Papa Francisco.

“Vou fazer um apelo ao Vaticano para que essas pessoas tenham acesso à decisão de buscar uma chance de vida. Se o composto ainda está em fase de pesquisa - ou não, é outro fator. O que importa é que essas pessoas confiam no composto e só isso já basta. Quanto à regulamentação da substância por autoridades brasileiras é uma situação que deve ser discutida quando chegar o momento de ser comercializado no mercado farmacêutico”, disse o deputado.

A briga do deputado pedetista que tem base em Ribeirão Preto pode até parecer uma briga em busca de votos. Uma disputa que rende visibilidade na mídia. E mesmo que assim seja, pode trazer bons resultados à saúde pública.

Nesta luta – sem nenhuma procuração para defender o deputado – Rafael Silva faz o papel de um parlamentar representante do povo. Se ele vai conseguir votos ou não é outra instância, outra situação. Interessa, neste momento é que ele está lutando por pessoas que precisam de defesa.

E quem analisa a situação com um pouco mais de cuidado percebe que por trás de respostas oficiais e justificativas bem elaboradas estão interesses inconfessáveis da indústria farmacêutica que lucra com o sofrimento alheio. Muito certamente se este composto já estivesse dando lucro estaria liberado.

E o parlamentar até conseguiu algumas vitórias, como a adesão do governo gaúcho. E na noite de segunda-feira, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) se reuniu com pesquisadores da USP e se comprometeu a trabalhar pela produção e distribuição do composto.

SEM VEÍCULOS
A Câmara Municipal não conseguiu comprar duas picapes que pretendia para utilização do setor administrativo da Casa. Por pregão eletrônico, a intenção era comprar dois utilitários com valores de R$ 47,7 mil e R$ 56,1 mil. Um deles deveria ter carroceria fechada, daí seu maior valor. A concorrência foi declarada fracassada, porque só houve lances acima do valor estimado, enquanto se esperava que fossem menores.

CENTRO DE OPERAÇÕES
Por representação do vereador Paulo Modas (Pros), em pedido de exame prévio de edital, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) determinou a suspensão de licitação aberta pela Coderp para “contratação de empresa para fornecimento de sistema, em caráter perpétuo, com códigos-fontes e transferência de tecnologia e serviços voltados a eficiência operacional para a implantação de um COI (Centro de Operações Integradas), visando a operacionalização em tempo real dos ativos técnicos da rede de abastecimento de água e rede coletora de esgoto”.

R$ 4,3 MILHÕES
A concorrência, já suspensa pela Coderp, tem valor estimativo em R$ 4,3 milhões. Um dos itens questionados pelo vereador para pedir a impugnação está o que determina prova de registro da empresa participante e de seu representante técnico, junto ao CREA, sendo que o objeto relaciona-se à área de informática. Faz sentido o questionamento. A Coderp terá 48 horas para fornecer informações ao TCE, que poderá revogar a determinação para a continuidade da concorrência ou a impugnar definitivamente.

SERTÃOZINHO OU FRANCA?
A prefeita Dárcy Vera (PSD), em discurso/desabafo em um encontro para discutir as obras do aeroporto Leite Lopes, confundiu Sertãozinho com Franca por três vezes. Chegou a dizer que Franca exportava caldeiras. Presente ao encontro, o prefeito de Sertãozinho, Zezinho Gimenez (PSDB) a corrigiu quando percebeu. Outras vezes passaram despercebidas.

IMPORTADO
Presente à reunião, o vereador e presidente da Câmara Walter Gomes (PR) criticou promotores de justiça que tentaram impedir as obras no Leite Lopes com a cobrança de estudos ambientais. Em um determinado momento disse que os promotores deveriam ser "importados" para a China. Desta vez foi a a prefeita Dárcy Vera quem corrigiu com mum pouco discreto "exportados".

ELA DISSE
"Se for pra ir lá e ter a palavra por cinco minutos eu não vou. Só vou para falar o que eu sinto. Não para receber novo cronograma que não serpa cumprido"
Dárcy Vera (PSD), prefeita de Ribeirão Preto, ao falar sobre a reunião marcada para quinta-feira, dia 26, em Brasília, para discutir as obras do aeroporto Leite Lopes.

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