O campo e a política

O campo e a política

A abertura de feiras agropecuárias, como a Agrishow, costuma reunir duas categorias bastante diferenciadas: a de produtores rurais e a de políticos, nem sempre muito interessados nas questões da terra. A vitrine compensa alguns discursos inflamados a respeito de linhas de crédito e juros subsidiados. Edições anteriores da feira de Ribeirão Preto trouxeram à cidade ministros da Agricultura e até presidentes da República. Mais de um ministro já montou no evento um gabinete provisório para despachar durante uma semana. Neste 2016 de processo de impeachment e de políticos cada vez mais desacreditados no Executivo e no Legislativo, não foram muitos os detentores de poder que participaram da abertura. As maiores autoridades presentes foram a prefeita Dárcy Vera (PSD), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o ministro da Defesa, Aldo Rebelo (PCdoB), cuja pasta não tem muita conexão com o agronegócio. Ainda assim, claro, lideranças do setor cobraram definições dos governos para a melhoria do trabalho e da renda no campo. Os políticos ouviram e alguns podem até agir em favor da categoria.

MUSEU QUE PATINA
O Museu da Agricultura de Ribeirão Preto enfrenta problemas em sua terceira tentativa de licitação. Anunciada em 2013, a obra já teve duas concorrências  canceladas. Afora, segundo o secretário da Agricultura e abastecimento, Arnaldo Jardim (PPS), há uma representação contra o certame, que teria envelopes abertos, no dia 20 de abril.

AR CONDICIONADO
A primeira licitação foi cancelada por problemas no edital e a segunda, no ano passado, por não prever a instalação de aparelhos de ar condicionado. Mas não foi só: 75% das empresas participantes foram desclassificadas. Nas licitações anteriores, o valor estimativo era R$ 16,8 milhões. Com ar condicionado, agora chega a R$ 21,6 milhões.

AQUÍFERO POLÊMICO
Os vereadores de Ribeirão Preto voltam a discutir a proteção do Aquífero Guarani, na zona Leste da cidade, que já provocou a rejeição da revisão do Plano Diretor. Um grupo de 12 vereadores apresentou projeto de proteção total e pediu urgência de votação, mas até a urgência teve que ser retirada, ante a polêmica.

SEM MEU VOTO
Os vereadores Samuel Zanferdini (PSDB) e Maurílio Romano (PP) ainda se manifestaram contra a retirada da urgência, porque a votação já havia sido iniciada e a manobra não estaria de acordo com o Regimento Interno.

AUDIÊNCIA PÚBLICA
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Cícero Gomes da Silva (PMDB), defendeu a realização de audiência pública. Depois de discussões e reuniões, o pedido de urgência foi retirado e uma audiência foi marcada para 18 de maio, a partir das 18h30. A votação, só depois.

ENTRE ASPAS

“Independentemente de fatores econômicos e de gravíssimas questões políticas que nos envergonham, os negócios se farão presentes”. Fábio Meirelles, presidente da Agrishow 2016, na abertura da feira, lembrando que a expectativa deste ano é repetir os números do ano passado

Fotos: Ibraim Leão e Arquivo Revide

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