O câncer e descaso do governo

O câncer e descaso do governo

Falta de medicamentos para quimioterapia no Hospital das Clínicas é falha muito grave

“Não estamos falando de uma gripe, de uma unha encravada. Estamos falando de câncer”. A afirmação - a uma emissora de TV - é de uma paciente com câncer que não conseguiu fazer quimioterapia no Hospital das Clínicas (HC) de Ribeirão Preto por falta de remédio para o procedimento.

As denúncias de falta de medicamentos também circula pelas redes sociais e a informação corrente é que pacientes estão tendo suas sessões adiadas, com redução do número de procedimentos o que, claro, reduz as chances de cura ou apenas de melhora da qualidade de vida.

E é como disse a paciente, não se está retardando o tratamento de uma simples infecção, mas de uma doença que é letal. Que mesmo com os tratamentos realizados traz inúmeros prejuízos aos doentes. Imagem sem eles.

É quase inacreditável que o governo estadual deixe a situação chegar a tal ponto. E, claro, é inadmissível que se chegue à gravidade de se reduzir o número sessões de quimioterapia por falta de medicamentos.

Trata-se do desenvolvido estado de São Paulo. De um Estado onde as soluções deveriam ser mais fáceis e mais rápidas. Mas há um governo. Sempre há um governo que insiste em emperrar a solução de problemas.

O pior é que no caso do câncer o governo paulista é reincidente. Primeiro faz de tudo para se evitar a distribuição do composto fosfoetalonamina, que ajuda a combater os sintomas do câncer e, agora, não fornece as condições para o tratamento convencional.

E olha que o fato, se comprovado, ocorre num dos principais hospitais do estado de São Paulo e do País. Referência, o HC é responsável pelo tratamento de inúmeras doenças de alta complexidade e atende pessoas de praticamente todo o Brasil.

Deve ser apenas um deslize, um erro administrativo. É difícil acreditar que faltou planejamento para a compra do medicamento. E menos ainda que faltaram recursos para a compra dos remédios.

Agora se o caso for de corte de verbas para a compra é caso de responsabilização. Não se pode descuidar de um assunto tão sério. De negar tratamento a uma doença tão cruel. Com a palavra o governador tucano Geraldo Alckmin, em última instância o chefe do HC.

TODOS RIEM
Depois de uma gafe cometida em uma entrevista ao vivo a uma emissora de TV, onde trocou chikungunya por chickungaia (acho que é assim que se escreve), a prefeita Dárcy Vera (PSD) assumiu o erro, em texto publicado em uma rede social, e disse que ao ver a reprodução da entrevista acabou rindo do erro, “apesar de o assunto ser muito sério”, postou. Pelo número de piadas produzidas a partir do vídeo há mais gente rindo da situação.

NUNCA OUVIU?
Mas não tem graça nenhuma. Imaginar que a prefeita, diante da existência da doença, e até de mutirões de combate à sua proliferação realizados pela própria Prefeitura, nunca tenha ouvido alguém pronunciar a palavra chikungunya é um acinte a quem tem um pouco de Inteligência.

FÉRIAS DA PANACÉIA
Os eleitores estão livres, até o dia 29 deste mês, da propaganda obrigatória destinada aos partidos políticos. No final do mês voltam as peças publicitárias em emissoras de rádio. Na TV o retorno demora mais um pouco, dia 10 de fevereiro. No rádio, o primeiro programa será do partido Solidariedade (SD). O Partido Humanista Solidariedade (PHS) faz o primeiro programa de TV. Sem praticamente instruir sobre política, a propaganda partidária não costuma ser, assim, um campeão de audiência. Muito antes pelo contrário.

SELEÇÃO
Não são todos os 35 partidos que têm direito à propaganda partidária, divulgadas às segundas, quartas e sextas-feiras. São 21 as legendas que podem utilizar o espaço, por terem representação na Câmara dos Deputados,  que tem no máximo dez inserções de 30 segundos ou cinco de um minuto cada. A veiculação deste tipo de propaganda não é feita no segundo semestre de anos em que ocorrem eleições, como é o caso de 2016.

ELE DISSE
"É como uma caixa de Pandora (objeto que contém todos os males do mundo, de acordo com a mitologia grega). Quando você mexe na caixa, aparece mais uma ramificação"
Nicolao Dino Neto, subprocurador-geral da República, ao afirmar que investigar a corrupção no Brasil significa lidar com uma enorme quantidade de casos.

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