O pixuleco de Ribeirão Preto

Guto Silveira

31 Ago 2015 05:59

Boneco deve ser pago por contribuições de pessoas que pedem o impeachment da presidente

 É ainda uma discussão, mas a ação está sendo preparada. O grupo Brasil Limpo, um dos responsáveis pela organização dos três protestos contra a presidente Dilma Rousseff (PT) em Ribeirão Preto, está articulando a construção de um pixuleco para “desfilar” pelas ruas da cidade.

Pixuleco era o nome dado à propina recebida por políticos ligados ao governo federal e que são investigados na operação Lava Jato, da Polícia Federal. Agora a palavra virou denominação de um boneco inflável que lembra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com as inscrições “13” – “171”, numa alusão ao número do PT e ao número do artigo sobre o estelionato no Código Penal.

Em Brasília o boneco já foi usado e também tem aparecido pelas avenidas de São Paulo, onde chegou a ser danificado por uma partidária da presidente Dilma. Consertado, ele voltou às ruas neste domingo, 30, e provocou discussões que exigiu a presença da Polícia Militar.

Em Ribeirão Preto, há cerca de uma semana o grupo Brasil Limpo articula a confecção do boneco e também um da presidente. O do Lula, com 15 metros de altura quando inflado, custa cerca de R$ 12 mil, porque tem um equipamento utilizado para inflar. Dobrado, tem cerca de 1,2 metro por 1,2 metro, cabe em uma picape e pesa aproximadamente 100 quilos.

De acordo com publicações de integrantes do grupo no Whatsapp, até amanhã os fabricantes do boneco serão procurados pelo menos para um orçamento, porque há valores menores. Já se falou até em R$ 3,5 mil o que daria para ser pago com 35 contribuições de R$ 100,00 cada.

O objetivo é conseguir os recursos com os integrantes dos vários grupos que se comunicam pela rede social. E há mensagens com o pedido e respostas que demonstram a disposição de ajuda a pagar a confecção do boneco.

Agora é esperar para ver se Ribeirão terá mesmo o boneco pelas ruas e qual será a reação das pessoas.

MORTE DOLOROSA
Sim, aqui não se discute assuntos criminais. Mas é difícil ignorar um crime que vitimou uma mulher que dedicou anos de sua vida a ajudar o próximo, dentro e fora da Câmara Municipal de Ribeirão Preto. E sempre é possível abrir exceções. Regina Lopes Roma, que era assessora do vereador Cícero Gomes da Silva (PMDB), foi assassinada covardemente por um casal que ela decidiu ajudar. Todo crime é horrível, mas este foi um pouco mais.

MANIFESTAÇÕES
Por seu trabalho, Regina foi lembrada por muitas pessoas, entre elas o vereador Cícero, que publicou nota de pesar em seu perfil no Facebook, e pela prefeita Dárcy Vera (PSD). "É com profunda tristeza que comunico a morte de parte da nossa família, uma das nossas morreu fazendo o que mais gostava: servir ao próximo", manifestou-se Cícero, afirmando que ela não media esforços em ajudar os necessitados. Já Dárcy Vera disse que esteve com ela no sábado. "Que dor amiga. Que pena que foi tão cedo para Deus. Fará muita falta entre todos que te conheciam. Você foi uma benção para muita gente", registrou a prefeita.

TROCA DE LÍDER
O vereador Ricardo Silva (PDT) assume na tarde desta segunda-feira, 31, a liderança do bloco de oposição na Câmara. Integram o grupo outros seis vereadores: os tucanos Bertinho Scandiuzzi, Gláucia Berenice e Maurício Gasparini, Marcos Papa (sem partido), atual líder, Rodrigo Simões (PP) e Paulo Modas (Pros).

EX-ALIADOS
Dos opositores, pelo menos três se elegeram na coligação que apoiou a reeleição da prefeita Dácy Vera (PSD). Ricardo Silva, aliás, integrou a coligação formada também por PSD e PMDB, uma das exigência para o apoio à reeleição. Em partidos aliados estavam Paulo Modas (eleito pelo PR) e Rodrigo Simões, que deve deixar o PP antes do prazo final de filiações.

CONLUIO
Como não poderia deixar de ser, segue a polêmica de possível conluio entre o vereador Marcos Papa (sem partido) e a Ambicon Construtora Ltda., de Guarulhos. Uma representação do deputado estadual Campos Machado (PTB) pede ao Ministério Público que investigue a possível ligação. O vereador nega qualquer ligação e diz desejar que o assunto seja investigado.

VETOS VOLTAM
Como nenhum projeto foi votado na sessão da última quinta-feira, dia 27, os quatro vetos da prefeita Dárcy Vera (PSD) devem ser votados na sessão desta terça-feira, dia 1º de setembro da Câmara. A pauta deve acumular os projetos não votados com novos que podem ser incluídos.

ELE DISSE
“Sabemos que os interesses de Ribeirão Preto tem que prevalecer sobre as brigas políticas e interesses pessoais”
Maurílio Romano (PP), vereador em Ribeirão Preto, sobre representação que levou à suspensão da licitação das obras do PAC