O preço dos feriados

O preço dos feriados

Às vésperas do feriado prolongado de carnaval, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) emitiu uma nota técnica preocupante. O estudo aponta que os feriados de 2014 vão provocar perda de até 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB).

Quando traduzidos em número, o estudo alarma mais um pouco. A perda estimada é de R$ 45,5 bilhões no ano, 2,8% maior que o prejuízo de 2013. Mais industrializado, o estado de São Paulo pode perder R$ 15,6 bilhões de sua produção. Algo assim como sete orçamentos da Prefeitura de Ribeirão Preto.

Rio de Janeiro fica em segundo lugar nas perdas, com R$ 5,5 bilhões, seguido de Minas Gerais (R$ 4,5 bilhões) e Rio Grande do Sul (R$ 2,8 bilhões).

A paralisação excessiva da atividade econômica gerada pelos feriados será maior em 2014 porque 30 dos 44 feriados estaduais cairão em dia útil, seis a mais do que no ano passado. Dos feriados nacionais, oito de 12 ocorrem em dia de semana, originando pontos facultativos ou a prática de “enforcamentos”.

É claro que os feriados existem para que trabalhadores façam um hiato em suas funções. Que descansem do trabalho diário e que possam produzir mais e melhor na sequência. Mas o excesso é algo preocupante.

Não apenas porque afeta a economia das empresas. Mas também porque altera preços de produtos e quem paga na ponta é o consumidor final. Produção menor reduz oferta. Redução de oferta aumenta preços.

Além deste reflexo nos preços de produtos, a competividade fica prejudicada. Quem produz mais, reduz custos e tem chance de comercializar mais e com menores preços.

Elevando a análise para o País, a exportação pode ser beneficiada com custos menores. Numa economia globalizada, onde há “briga” por produtividade e preços menores, o trabalho assume vital importância na equação de preços e competitividade.

Mais uma vez lembrando que feriados são importantes. Parece, no entanto, faltar um pouco de equilíbrio na conta descanso/trabalho.

Compartilhar: