Ora, as marchas são para soldados

Ora, as marchas são para soldados

 

 

O Brasil viveu no último sábado as tentativas de realização de marchas a favor e contra a volta da ditadura no País. Não houve muito sucesso para a defesa da volta dos militares para comandar. Poucos quiseram marchar.

Faz sentido. Depois de tanto sacrifício para se restabelecer a democracia nos anos 1980, não é crível imaginar que apenas o insucesso de um ou dois governos seja suficiente para que tudo volte ao que era antes.

Se a democracia está ruim para alguns, que se busque a sua correção de rumos. Não dá pra imaginar que se volta à ditadura em função da ação maléfica de alguns poucos integrantes do governo.

E também não é correto afirmar que na mão dos militares o País ficará livre da corrupção que hoje permeia os setores público e privado. Sim, porque não há corrupto sem corruptor. E se corrompem é porque terão vantagens.

O que é preciso é amadurecer a democracia. E ter em mente que o sistema tem seu preço, como a deficiência nas eleições, onde se elegem pessoas não tão capacitadas. Mas tudo isso é a falta de amadurecimento.

Por onde existiram, as ditaduras (de direita ou de esquerda) deixaram estragos. Então, parece que não é o caso de o Brasil voltar a um regime que acabou há menos de 30 anos.

E se a desculpa para defender os militares, trata-se de um argumento demasiadamente frágil. Até porque é possível se combater a corrupção com punições exemplares. Se o Estado assim não faz, que a população cobre com mais veemência.

E a população pode mostrar a cada dois anos, na hora do voto, que está indignada com este ou aquele grupo. E até pode demorar um pouco, mas a democracia vai amadurecer. E quem hoje defende a ditadura pode até mudar de ideia.

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