As pedras do meio da campanha

As pedras do meio da campanha

Em política praticamente nada é definitivo. Aliás a mudança constante, o dinamismo é a regra. Principalmente quando se trata de disputas eleitorais. As uniões partidárias costumar juntar desafetos e distanciar aliados.

Uma negociação em tramitação em São Paulo comprova com força as linhas iniciais. Há quatro meses, o pré-candidato ao governo paulista pelo PT Alexandre Padilha visitou a prefeita Dárcy Vera (PSD) em busca de apoio e recebeu um diplomático não.

A prefeita argumentou, à época, que seu partido teria candidato próprio: o ex-prefeito paulistano e presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab. E que, claro, ela o apoiaria.

Ainda chegou a ser questionada sobre uma possível mudança de percurso que levasse Kassab a não ser candidato. Sem pestanejar ela disse que a candidatura era um caminho sem volta. Não haveria nenhuma chance de desistência.

Foi uma fala para tirar de Padilha qualquer ilusão de apoio. Mesmo com a proximidade da prefeita com o governo federal, onde conseguiu verbas para obras na cidade.

Dárcy estava, à época, em fevereiro, bem mais distante do governo estadual, comandado por tucanos. Aliás ela não media muito as palavras para criticar o governo por falhas, notadamente em segurança

Mas como há sempre negociações muitas entre a pré-campanha e a disputa propriamente dita, alguns desenhos começam a surgir de forma a mudar o caminho de críticas e elogios.

Diferente do que se projetava quatro meses atrás, Kassab é hoje uma das opções fortes para a candidatura a vice-governador na chapa do governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição.

Diante da situação, Dárcy, óbvio, não comemora, mas resigna-se à condição de liderada de Kassab e pode ir buscar votos justamente para um candidato de quem foi ferrenha crítica – e a quem ainda espeta com pedidos vários.

É claro que é sempre possível justificar que pedidos e críticas foram feitos em nome da população de Ribeirão Preto. Para melhoria da cidade.

Mas a prefeita sabe – e seu grupo político também – que estaria muito mais confortável em um palanque que tivesse o apoio da presidente Dilma Rousseff.

Neste caso, o escolhido seria Alexandre Padilha. Já preterido tempos atrás por motivos outros. Mas a política embaralhada por muitos interesses e pouca ideologia (e até ideais e princípios) é assim mesmo.

Quem quiser – e tiver estômago forte – que participe do jogo.

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