
Pesados discursos
A abertura oficial da 21ª edição da Agrishow, na segunda-feira, dia 28, serviu para discursos otimistas sobre a feira, apesar dos problemas climáticos do início do ano. Muitos foram os que disseram que este ano a feira será melhor que no ano passado, com grandes expectativas de novidades, público e negócios.
Mas a solenidade foi palco para discursos críticos contra o governo federal em função de falta de apoio para o setor, que vive uma séria crise financeira. As críticas tiveram início já antes da abertura, durante a entrevista coletiva dos organizadores.
Maurílio Biagi Filho, presidente da Agrishow foi um dos mais críticos ao dizer que “todos queremos que algo novo aconteça” e que é preciso encontrar o caminho certo, para evitar que o País viva problemas seríssimos.
Ainda na entrevista, Maurílio fez uma leve crítica à presidente Dilma Rousseff. Ao responder a uma pergunta sobre o motivo da ausência da presidente, ele respondeu que não sabia o motivo, e que poderia ser porque “o pessoal da cana” está bravo com ela.
Depois da coletiva, o presidente voltou à carga durante seu discurso na solenidade, apontando novamente a crise do setor e chamando a atenção para a necessidade de esforço para resolver.
Próximo do ex-presidente Lula e da presidente Dilma, Maurílio chegou a ser indicado para ser o candidato a vice-governador na chapa petista de Alexandre Padilha, e não aceitou. Certamente por isso dificilmente critica o governo federal. Aparentemente a situação está mesmo ruim
Outras críticas vieram de tucanos, claro, com interesses eleitorais. O deputado federal Duarte Nogueira e o governador Geraldo Alckmin fizeram críticas ao governo federal ao comparar políticas do Estado e da União para o setor.
Os ministros da Agricultura e Abastecimento, Geri Geller, e dos Esportes, Aldo Rebelo, claro, defenderam as ações federais no Agronegócio. Geri Geller ainda chamou a atenção de Alckmin várias vezes para sua fala, como a prever que o governador, que discursou depois, faria críticas.
Pode ter sido um aviso do setor do Agronegócio que tem forte peso na economia nacional, na geração de Produto Interno Bruto (PIB) e nas exportações. Principalmente por ser a feira um evento de alcance nacional, com muita mídia espontânea e especializada.INVESTIMENTO TRIBUTADO
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), Luiz Albert Neto, criticou a tributação sobre o setor que ele representa, dizendo ser o Brasil o único país que tributa o investimento. “Nos últimos oito anos estão acabando com a indústria de base”, disse Albert. Como a crítica foi uma resposta a quem as entidades apoiariam para presidente, disse que apoiará quem se comprometer a retirar a carga tributária do setor. “As máquinas precisam ficar cada vez mais baratas, para que os produtores possam comprar”, comentou.CADASTRO MANTIDO
Quem for à Câmara Municipal terá mesmo que fazer cadastro na portaria. Mas a direção da Casa se comprometeu a tornar mais ágil o cadastramento. Isso porque os manifestantes que têm ido ao Legislativo reclamaram da demora e até se recusaram a fazer o cadastro na sessão do dia 24. O compromisso de melhoria no sistema de cadastro foi feito nesta segunda-feira, dia 28, durante umareunião dos vereadores com três manifestantes. Foi a primeira reunião com os manifestantes que reclamaram da falta de diálogo dos vereadores. Outro encontro deve ser marcado.
EXCESSOS NA REVISTA
Também ficou acertado que os eventuais excessos da Guarda Civil Municipal (GCM) em manifestantes serão apurados. Até uma audiência pública foi marcada pelo vereador Beto Cangussú (PT), presidente da Comissão Permanente de Direitos Humanos da Câmara. Na audiência, marcada para as 18h da próxima segunda-feira, dia 5 de maio, o vereador pretende ouvir os manifestantes, a GCM além de representante da Comissão de Direitos Humanos da subsecção de Ribeirão Preto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).