Poderia ser outra conversa
Guto Silveira
03 Jan 2015 18:27
Esse é meu primeiro texto de 2015. Relutei em escrever. Poderia tê-lo feito no dia 1º ou no dia 2. Ou ainda na manhã deste dia 3 de janeiro. Um sábado. Mas passei um tempo “matutando”. Depois de dias dizendo e ouvindo (e lendo, claro) feliz Natal, próspero ano novo é difícil aceitar a realidade.
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Ano novo com velhas preocupações
Uma realidade que a maioria sabe, não é digna de aplausos. Queria muito ser mais otimista neste momento, mas não consigo evitar o alerta que, acredito, tenho responsabilidade de fazer. Este ano que se inicia não é de festa. Tudo conspira para ser um período difícil, de ajustes, reajustes e aperto econômico e financeiro.
Não é novidade. Já se previa isso há mais de seis meses. Aliás foi essa uma das tônicas da campanha eleitoral que reconduziu a presidente Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto.
A nova equipe econômica tem a missão de conciliar redução de gastos e obras em execução, crescimento econômico e inflação controlada, investimentos e juros altos. É um desafio pesado, cheio de obstáculos.
E não pense você, simples contribuinte, que sua vida não será afetada. Será sim, e muito. É preciso atravessar um período de dificuldades. Passar um tempo fora da zona de conforto. Economizar. Apertar as contas. Não tanto que provoque recessão. É, então, uma corda bamba. É necessário equilibrar.
O governo, a contragosto dos que querem apenas ouvir elogios e aplausos, começa a tomar medidas de controle. Tardiamente, diga-se. E não apenas o governo federal. O estadual de São Paulo já anunciou cortes e medidas impopulares.
Resta esperançar que este período leve o País a uma luz. A um novo tempo com retomada de crescimento onde a palavra “pibinho” seja apenas para se referir ao passado. É torcer para que as medidas surtam o efeito esperado e que o Brasil possa pagar ao seu povo o esforço feito.
Você pode colaborar, fazer a sua parte. Não, entretanto, apenas isso. Fique de olho para ver se o governo faz a parte dele. Não espere apenas que o palanque da oposição fale. Porque isso pode ocorrer depois da hora. Como sempre.
