A preocupação com o parque

A preocupação com o parque

 O gado fugiu. É hora de consertar a cerca

Depois da invasão ocorrida há cerca de 15 dias, o Parque Ecológico e Social Rubem Cione vem recebendo a atenção de autoridades. Já não é sem tempo. A construção começou em 2008. No caso da preocupação, primeiro a Prefeitura que recorreu da decisão judicial que concedeu 30 dias para os invasores saírem do local. O recurso é para que o prazo concedido seja reduzido.

Agora a Câmara Municipal também demonstrou preocupação com o assunto e aprovou uma Comissão Especial de Estudos (CEE) para “acompanhar as questões relacionadas ao parque. O requerimento da Comissão é do vereador Maurílio Romano (PP), que a presidirá. Integram os estudos os vereadores André Luiz da Silva (PCdoB) e Bebé (PSD).

A CEE terá sérios levantamentos a fazer. Na sessão de terça-feira, dia 3, moradores de bairros próximos foram à Câmara protestar contra a invasão. O representante deles, Ocimar Henrique Carvalho, denunciou que já há lotes ofertados à venda, com possibilidade de troca com veículos.

Ocimar também disse a jornalistas que parte dos invasores este também perfurando poços pra retirar água, enquanto um grupo está achacando moradores com ameaças. “Eles pedem que a população levante R$ 200 mil para que saiam de lá. Caso contrário vão tocar o terror”, disse Ocimar.

Outra denúncia a ser apurada vem do próprio presidente da CEE criada. Maurílio Romano disse que no caso de invasões “há gente por trás”, porque a Prefeitura poderia impedir que a invasão se concretizasse, mas que há demora em agir e que tem gente ganhando dinheiro com isso.

O vereador Ricardo Silva (PDT) também disse que a Prefeitura pode retirar os invasores durante o “esbulho possessório”, que é quando a invasão ainda não se concretizou. “Depois de três, quatro dias, quando a invasão se consolida e está mansa e pacificada, é preciso buscar a reintegração de posse na Justiça”, disse o vereador

Vários outros vereadores falaram sobre o assunto da CEE. Cícero Gomes da Silva (PMDB), por exemplo, considerou as invasões de áreas públicas em Ribeirão Preto um assunto “muito sério”.

“Não é possível que a guarda municipal não tenha conhecimento de quando o primeiro invasor chega a uma determinada área. Deixar ocupar o imóvel público e aguardar uma decisão judicial para remover os invasores, é uma medida muito complicada. Não concordo”, postou o vereador em uma rede social.

“A guarda municipal deveria agir antes que a ocupação fosse efetivada. Em relação ao Parque Rubem Cione, a administração municipal deveria ter iniciado as obras de recuperação há muito tempo. Quando está se fazendo algo no local (que pode ser alvo de ocupação ilegal), o cidadão vai pensar duas vezes antes de invadir. Infelizmente, não consigo entender o motivo de Ribeirão ter tantas áreas invadidas. Não dá mais para aceitar isso”, criticou Cícero Gomes.

VIOLÊNCIA CONTRA NEGROS
Na próxima segunda-feira, dia 9, a representante da secretaria de Direitos Humanos do município de São Paulo, Roseli de Oliveira, estará em Ribeirão Preto para falar sobre o tema “Juventude Negra e o Mapa da Violência em 2015”. Ela, que é responsável pela área de informação do órgão, vem à cidade a convite da vereadora Gláucia Berenice (PSDB), é presidente da Comissão de Direitos da Mulher, da Criança, do Adolescente e do Idoso Vítimas de Violência ou em Situação de Risco. A comissão também responde pela realização do evento, que começa às 9 horas e é aberto ao público. A palestra faz parte do mês da Consciência Negra.

CRESCIMENTO DE HOMICÍDIOS
O Mapa da Violência traz dados alarmantes sobre as mortes por arma de fogo em todo o País, em especial o crescimento dessas entre a população negra. Segundo o documento, enquanto houve decréscimo de 23% nos homicídios por armas de fogo entre a população branca, na população negra os casos dobraram. Entre os jovens, uma em cada três mortes foi por armas de fogo no período. Para a vereadora Gláucia esse é o resultado da falta de políticas públicas e a exclusão social.

LEI DOS COMBUSTÍVEIS
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou liminar em ação direta de inconstitucionalidade (adin) movida pela prefeita Dárcy Vera (PSD) contra lei aprovada pela Câmara Municipal que obriga postos de gasolina, quando do abastecimento, a colocar combustível apenas até o travamento da bomba. Proposta pelo vereador André Luiz da Silva (PCdoB) foi aprova, vetada pela prefeita (por vício de iniciativa) mas teve o veto rejeitado, o que levou à proposição da adin. “Nego a medida liminar requerida. Entendo mais prudente aguardar a manifestação da douta Procuradoria de Justiça, que não deve tardar” registrou o relator em seu despacho.

ELA DISSE
“Os números da violência são muito ruins, principalmente entre a população negra. Entender a raiz do problema é o começo do enfrentamento desta realidade”
Gláucia Berenice (PSDB), vereadora em Ribeirão Preto, ao defender a discussão da violência como forma de encontrar soluções para o problema

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