Proposta indecente

Proposta indecente

Manifestantes confundiram, no sábado, alhos com bugalhos. Ir à rua protestar democraticamente e pedir a volta da ditadura não pode ser coisa de alguém que está em seu juízo perfeito. Protestar já com o pedido do fim do direito de se manifestar? Ininteligível.


Os manifestantes podem considerar que o governo federal é corrupto, ineficiente, fraudador, incompetente, enganador e até insuportável. Mas nenhum destes motivos é suficiente para defender uma ditadura quando a democracia nem chegou ainda aos 30 anos.

E não é crível que filiados ou dirigentes de qualquer partido que tenha disputado as últimas eleições tenham a coragem de defender tamanha aberração. Pelo simples motivo de que quem participa do processo democrático, disputando eleições, não deve defender a ditadura.

Se a presidente merece o impeachment por seus atos, o Congresso Nacional é quem irá julgar. Um Congresso, diga-se, eleito democraticamente e sem qualquer reclamação mais contundente. Exceção feita às considerações sobre as votações de determinados candidatos.

Se o governo falha e comete crimes, por exemplo, merece ser julgado com o direito de ampla defesa. Se as eleições foram fraudadas, como dizem alguns, há que ocorrer investigação. Mas para isso existe a Justiça Eleitoral.

Pode-se até argumentar que a Justiça Eleitoral não é digna de total crédito, mas daí a defender uma ditadura, volta de governos militares vai uma distância sem tamanho.

Afinal, se agora o governo é ruim, é possível saber e escolher melhor nas próximas votações. Com uma ditadura isso seria impossível. E mesmo com possibilidade de votar o eleitor não teria as informações necessárias.

Talvez falte aos manifestantes um pouco de reflexão. De reduzir a influência da paixão por esta ou aquela preferência política. Até em limites extremos é preciso raciocinar com um pouco de razão. E parece nem ser este, agora, o caso.

SEM BASE

A base de sustentação política da prefeita Dárcy Vera (PSD), na Câmara Municipal, tem sofrido algumas baixas. Passadas as eleições chega o momento de se pensar nas próximas disputas. A oposição que tinha oito membros dispostos a votar contra o governo na maioria das matérias, já conta com 11 integrantes.

CONVOCAÇÃO

Na sessão de quinta-feira, a mudança de lado de alguns já possibilitou a convocação do secretário da Administração, Marco Antônio dos Santos, para explicar uma licitação que até já foi suspensa. Seria o caso de relevar, mas os vereadores querem agora saber se a licitação foi mesmo suspensa por indícios de superfaturamento.

VETO DERRUBADO

Na mesma sessão, os vereadores aceitaram os argumentos do colega Jorge Parada (PT) e rejeitaram o veto do Executivo a um projeto que autoriza as empresas a fazerem o balanço social e ambiental. Em outras ocasiões, vetos similares foram mantidos.

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