Questão de compreensão

Questão de compreensão

Há informações que nem sempre são assimiladas com rapidez e eficiência

Analisar e compreender textos não é tarefa das mais fáceis. Isso sempre fica claro quando um texto é mais obscuro. Textos de leis então levam a interpretações variadas, de acordo com quem quer ou precisa ser beneficiado. Há sempre um dedo puxando para um lado ou empurrando pra outro.

Não foi o caso de um texto publicado neste espaço, na sexta-feira, 11. O escrito estava aparentemente claro, sem subterfúgios ou expressões de difícil compreensão. Ainda assim alguns fizeram questão de entender ou reduzir sua importância.

Para contextualizar, o assunto tratado foi a falta de sensibilidade de vereadores com assuntos urgentes da cidade, como o grande número de buracos nas ruas, que tem levado contribuintes a prejuízos e que até contribuiu com a morte de um homem de 57 anos de idade.

Por conta do acidente fatal, uma mulher fez protesto solitário na Câmara, no mesmo momento em que vereadores aprovam o aumento de subsídio de prefeito, vice e secretários municipais, a partir de 2017.

O protesto então serviu de pano de fundo para alertar os vereadores para a situação da cidade. Porque se eles têm poder para fixar subsídios, aprovar reajuste de servidores, têm também poder para fiscalizar o Executivo e, com isso, ajudar a resolver problemas.

Mas muitos preferiram, lá pelos lados da Câmara Municipal e fora dela, se fazer de desentendidos e diminuir a importância do protesto por sua autora, que seria uma manifestante profissional.

Ora, ora, ora. Troquemos a manifestante. Entreguemos a placa a outro. A um ilustre desconhecido de vereadores, assessores e que tais. Os buracos continuarão a existir e a morte, a ser contabilizada.

Era um alerta, um sinal amarelo. Mas, por conveniência ou falta de capacidade intelectual, teve gente que preferiu não entender o recado e desmerecer o protesto em função de quem o realizou.

Uma pena. Porque a seguir por este caminho Ribeirão Preto terá ainda muitos dissabores com seus dirigentes e representantes.

QUEIMADAS MANTIDAS
Depois de considerar inconstitucional uma lei municipal que proíbe queimadas de canaviais no município, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) também rejeitou embargos de declaração da Prefeitura de Ribeirão Preto contra o Sindicato Rural de Ribeirão Preto, autor da Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin). A Prefeitura e a Câmara Municipal ainda podem recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar reformar a sentença.

PROTESTO FRÁGIL
O protesto do último domingo, 13, pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em Ribeirão Preto, esteve longe de ser o que os organizadores esperavam da manifestação. Mesmo considerando a estimativa dos próprios coordenadores, de 10 mil pessoas, o ato ficou muito aquém dos 45 mil esperados. E a Polícia Militar ainda calculou em 2,5 mil o número de participantes.

NOVA DATA
O relativo fracasso das manifestações não desanima organizadores, que já marcaram para o dia 13 de março do ano que vem a nova manifestação. Será na época prevista para a votação do pedido de impeachment que tramita na Câmara dos Deputados. Isso se todos os obstáculos forem vencidos para a votação.

EXAMES
Depois de exames no final de semana, o deputado estadual e ex-prefeito Welson Gasparini (PSDB) passa uma semana de repouso. No sábado ele passou por um cateterismo para ver a situação das coronárias. Segundo o advogado Welson Gasparini Júnior o pai passa bem e aparentemente a saúde está boa, mas ele precisa esperar o resultado dos exames e não irá à Assembleia Legislativa nesta semana. O deputado, que foi prefeito de Ribeirão Preto por quatro mandatos, completou 79 anos de idade no dia 1º de dezembro.

ELE DISSE
"É preciso que ele esteja bem. No ano que vem tem eleições e ele precisa pedir voto para o Maurício"
Welson Gasparini Júnior, advogado e ex-vereador, sobre os exames médicos feitos pelo pai, deputado estadual e ex-prefeito Welson Gasparini. O Maurício em questão é o vereador e filho do deputado. E quem conhece o parlamentar paulista sabe que ele gosta de uma campanha eleitoral e que não pedirá votos apenas para o filho.

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