A reforma e a fidelidade

A reforma e a fidelidade

 Alguns vereadores e dirigentes partidários estão com olho voltado mesmo é para outra Câmara: a Federal

Pelo menos três vereadores de Ribeirão Preto estão com os olhos e ouvidos voltados para a minirreforma político-eleitoral que os deputados federais estão promovendo e que deve ser concluída e sancionada até o próximo dia 2 de outubro para valer nas eleições municipais do ano que vem. 

Rodrigo Simões (PP), Samuel Zanferdini (PMDB) e Viviane Alexandre esperam a definição da “janela” de 30 dias antes do prazo final de filiação para quem pretende ser candidato. No Senado a permissão já foi dada. Neste período, o filiado com mandato não o perde, caso mude de partido. Cabe agora à Câmara manter ou modificar a emenda.

Rodrigo Simões não faz segredo para ninguém que quer deixar o partido liderado por Maurílio Romano em Ribeirão Preto. Ele já não vota muita coisa com o presidente da legenda na Câmara. Eleito pela coligação que reelegeu a prefeita Dárcy Vera (PSD), hoje ele é um opositor considerável em votos e ações.

Mas, se mantidas as atuais regras de fidelidade partidária e Rodrigo deixe o PP, terá o mandato pedido na Justiça. É o que garante Maurílio Romano. Neste caso, o “teoricamente infiel” terá que se defender para garantir que continua vereador até o final do próximo ano. Ele diz ter motivos suficientes para deixar a sigla. Com testemunhas e provas.

Samuel Zanferdini tem situação mais confortável. Depois de estremecimento com o presidente estadual do PMDB, o deputado federal Baleia Rossi, ele vem mostrando descontentamento e garante que deixará o partido e ingressará em outro dentro do prazo estabelecido pela legislação eleitoral.

Está tranquilo porque, publicamente, o presidente do diretório do PMDB em Ribeirão Preto, Paulo Saquy, garante que não irá pedir a vaga de Zanferdini na Câmara, por entender que o vereador é livre para tomar a decisão. Mas cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. E o vereador sabe disso.

Viviane Alexandre não saiu declarando aos sete ventos que pretende deixar o PPS. Mas o assunto, de forma extra-oficial já bateu nos ouvidos de César Sturari, presidente local do partido. Ele não vê um grande problema na desfiliação da vereadora.

OUTRA SITUAÇÃO
O vereador Marcos Papa (sem partido), expulso do PV por ser um dos fundadores da Rede Sustentabilidade, vive de olho é no Tribunal Superior Eleitoral. Como o novo partido ainda não foi registrado, ele não pode se filiar. O registro pode ocorrer ou não dentro do prazo de filiação. Se ocorrer, Papa se filia à Rede. Caso contrário fica sujeito a especulações várias. Uma delas é de que estaria bem próximo do PSDB. Perguntado, o vereador não nega e nem confirma.

CAMPANHA
No meio desse imbróglio de reforma, filiações, desfiliações e possível redução (drástica, diga-se) de recursos nas campanhas eleitorais, os vereadores de Ribeirão Preto votam nesta terça-feira, dia 8, mais uma restrição. Se aprovado o projeto do vereador Cícero Gomes da Silva (PMDB), cada imóvel particular poderá ter apenas uma placa de divulgação de candidato. Lei de 2012 já não permite que muros sejam pintados.

BANDEIRAS
Em cidades de Minas Gerais e algumas próximas da divisa, como Pedregulho, Rifaina e – às vezes – Igarapava, não só se permite a divulgação de placas como por meio de bandeiras dos partidos. São muitas as casas que exibem as bandeiras com a cores do seu partido. A manifestação política pode e Anhanguera. Lá, aparentemente, os partidos não têm vergonha de fazer campanha.

ENCERRAMENTO DE FILIAÇÕES
O Parido Verde encerra oficialmente suas filiações, para quem pretende ser candidato em 2016, nesta terça-feira, dia 8, em um encontro marcado para as 19h, na avenida Antonio Diederichsen, 650. No convite enviado, o presidente local da legenda, André Rodini, registra que o encontro terá o objetivo específico de certificar que todos que pretendem ser candidatos no ano que vem estejam filiados.

ELE DISSE
“Nós colocamos aqui, também, o fim na prática das coligações partidárias, porque nós colocamos um dispositivo que não acaba com as coligações, mas que faz contar individualmente os votos dos partidos que compõem a coligação para chegar ao coeficiente eleitoral”
Romero Jucá (PMDB-RR) senador, relator da emenda que permite a eleição apenas de quem obtiver um mínimo de 10% de votos atribuído ao coeficiente eleitoral (número de votos válidos dividido pelo número de vagas em disputa)

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