Reforma para graúdos

Guto Silveira

14 Set 2015 06:09

Do jeito que ficou, a reforma vai “dar uma mãozinha” para quem já está no poder. Como sempre

A reforma eleitoral que os parlamentares ensaiaram neste 2015 está longe de favorecer o aparecimento de novas lideranças. A redução do tempo de campanha favorece quem já tem mandato ou já está em algum cargo que o beneficia na divulgação ou favorecimento de pessoas, com recursos públicos, claro.

Poucos avanços foram sentidos nesta reforma que ao menos conseguiu eliminar as campanhas excessivamente caras, caso as regras sejam cumpridas, e acabou com a prisão de parlamentares a partidos políticos.

Não que os eleitos possam sair por aí trocando de partido a torto e a direito, porque isso enfraqueceria as legendas, mas também não se pode obrigar um eleito a se manter eternamente em um partido com o qual passa a discordar.

Mas voltando à reforma, a continuar nesta toada, uma boa reforma deve demorar uns 200 anos. E não dá para esperar que parlamentares que vão se beneficiar das regras as tornem muito rígidas.

Até porque os parlamentares de hoje, em sua grande maioria, prefere ser despachante de verbas públicas que um legislador de verdade. Poucos divulgam seus projetos de lei pelas redes sociais. Propagandeiam, sim, as verbas distribuídas em suas bases eleitorais, para prender prefeitos e vereadores às suas futuras campanhas.

Com esse tipo de gente definindo a reforma eleitoral, não haverá mesmo grandes avanços. Vão continuar fazendo de conta que reformam e os eleitores fingindo que acreditam. Pior, mesmo fingindo, os votantes escolhem os mesmos de sempre. Mesmo que estes tenham tido seus mandatos cassados. Uma lástima.

Por isso, talvez muito mais importante que reformas meia boca e parlamentares despachantes, os eleitores recebam educação política, para que saibam votar e excluir quem tanto prejudica o País com muita enrolação e pouca produção.

ENCONTRO PARTIDÁRIO
A direção do PCdoB realiza na noite desta segunda-feira, 14, um encontro na Câmara Municipal para discutir estratégias eleitorais para a eleição do próximo ano. Segundo o presidente local da sigla, Wagner Rodrigues, também será anunciado um nome forte que pode ser o candidato a prefeito pelo partido.

PIXULECO
Era para ser apenas uma partida de futebol, mesmo que decisiva para Botafogo e Gama. Mas os manifestantes decidiram que no horário do futebol também era preciso protestar. Assim, quem foi ao estádio Santa Cruz na noite de domingo, 13, pode ver de perto o boneco pixuleco, uma imitação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com roupa de presidiário.

DEPOIMENTO
Integrantes do grupo Brasil Limpo, de Ribeirão Preto, se articularam para que o boneco inflável pudesse ser exibido durante o jogo, principalmente depois que a Polícia Federal pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ouvir Lula em inquérito da operação Lava Jato. Também se levou em conta que o adversário do Botafogo, no domingo, é de Brasília.

JOGOS ABERTOS
A Prefeitura entrou, na Vara da Infância e da Juventude, com agravo de instrumento requerendo a concessão do efeito suspensivo nos autos da Ação Civil Pública com relação à proibição da utilização das escolas como alojamento dos atletas durante a realização dos 79º Jogos Abertos do Interior, de 26 de outubro a 7 de novembro. Uma liminar judicial proibiu a utilização das escolas.

DEFESA
Além do secretário de Esportes, Layr Luchesi Junior, a defesa dos jogos abertos é defendida na Câmara por vários vereadores, principalmente por Cícero Gomes da Silva (PMDB), ligado à Secretaria Municipal da Educação. Ele garante que não haverá prejuízo ao calendário escolar e que as aulas já teriam sido compensadas. A não utilização de escolas como alojamento pode levar à suspensão dos jogos, que reúne cerca de 20 mil atletas.

ELE DISSE
“A prefeita sempre se amparava na muleta de que tem um TAC”
Marcos Papa  (sem partido), vereador em Ribeirão Preto, sobre a anulação, pela segunda vez pelo Conselho Superior do Ministério Público, do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do contrato de concessão do transporte coletivo