
A reforma sepultada
Parlamentares parecem não ter qualquer consideração com quem os escolheu para representantes
O eleitor de nenhum país merece isso. Depois de ouvir tanto blá-blá-blá sobre a reforma política, ter que assistir o espetáculo horrível da Câmara dos Deputados gastar tempo e dinheiro para não apresentar nenhuma novidade, nenhuma mudança. Só discurso. Só conversa.
Para que tudo continue como antes, saiu-se do nada em direção a lugar nenhum. O financiamento de campanhas eleitorais continua a ser o motor da corrupção, com dinheiro público sendo desviado para o setor privado para que parte seja repassado a partidos e candidatos.
O voto a candidatos “tiriricas” continuarão a eleger políticos sem votos e o eleitor seguirá ludibriado, pensando que elege representantes, quando estes estão preocupados com suas própria vidas e de seus financiadores.
Partidos e candidatos continuarão mentindo em suas prestações de contas e afirmando ter gasto menos que o valor cobrado pelo marqueteiro, que representa um verdadeiro desvio de função das campanhas eleitorais.
Partidos nanicos continuarão nascendo e, mesmo sem votos e representantes, seguirão recebendo recursos públicos do fundo partidário e vendendo seus tempos de TV em épocas eleitorais para partidos maiores.
As coligações seguirão existindo para juntar vários partidos que fingem “brigar” fora de períodos eleitorais. Partidos que dizem ser de esquerda voltarão a se juntar com agremiações de direita com o único objetivo de vencer eleições, como se este fosse o único objetivo de um partido político.
Com esta fórmula, os partidos continuarão fracos e os políticos continuarão a receber votos, independente do partido a que estão filiados, muito embora a filiação seja obrigatória a qualquer candidato e o mandato pertença ao partido.
Os partidos fracos de ideologia e de princípios continuarão no poder sem assumir nenhuma posição, sem definir qualquer lado. De cima do muro defenderão objetivos contrários ao sabor do vento que passa.
Com uma definição dessa, não poderá haver transparência de ações de partidos e muito menos de políticos. O eleitor se manterá como um mero “votador” a cada dois anos, sem qualquer importância para o político e o País.
Servirá para homologar nomes “menos piores” com os quais nem sempre concorda. Até descobrir que se juntar a outros eleitores poderá mudar completamente o rumo dos discursos, das votações e dos destinos políticos. Haverá esse dia.
CHUTE DUPLO
Como uma decepção nunca vem só, o Senado fez a sua parte. Aprovou, sem muita discussão, medidas que retiram direitos trabalhistas conquistados a duras penas. O acesso ao seguro-desemprego foi restringido, assim como o acesso à pensão. Não que os benefícios sejam perfeitos e não mereçam correção, mas o ideal seria uma discussão mais abrangente.
POR AQUI
Em Ribeirão Preto, o vereador Bertinho Scandiuzzi (PSDB) quer a criação de uma comissão Especial de Estudos (CEE) para analisar a possibilidade de mudança da Central de Triagem de Migrantes (Cetrem), dos Campos Elíseos. O assunto, que já ensurdeceu pessoas de tantos discursos, já estaria resolvido, incluindo imóvel já alugado para transferência.
QUER FALAR COM ALCKMIN
O vereador Maurílio Romano (PP) descarrega suas energias na tentativa de uma audiência com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). A intenção é cobrar a criação da Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP), bandeira que defende desde sua primeira eleição, em 2008. Ele já fez a tentativa outras vezes.
VÁRIOS TIROS
Agora, na busca de uma conversa com Alckmin, ele disparou em vários alvos. Todos próximos um do outro, não apenas geograficamente. Enviou ofício pedindo ajuda dos secretários estaduais Edmur Mesquita (Desenvolvimento Metropolitanto), Duarte Nogueira (Logística e Transportes), que é de Ribeirão Preto, e Arnaldo Jardim (Agricultura e Abastecimento), que também é da região. E, claro, para o próprio governador.
ELE DISSE
“Política é como quiabo, não se come por gostar, mas porque é preciso”
Marcos Papa (sem partido), vereador em Ribeirão Preto, ao sugerir que as pessoas precisam aprender a gostar de política e a acompanhar o trabalho dos políticos. E atribuiu a frase à avó dele.