
Seria o caso de pichar?
Tomara que seja apenas coincidência, mas pichação acelerou solução de buracos em rua
Não é este um incentivo a qualquer transgressão. Mas uma constatação. Bastou pessoas picharem próximos a buracos da rua Cavalheiro Torquato Rizzi, no Jardim Irajá, para que os buracos fossem tapados no mesmo dia. Não foi assim uma reconstrução, mas os buracos deixaram de existir temporariamente.
Não há uma garantia de que esta forma de protesto irá resolver os problemas dos buracos da cidade. Até porque a manutenção de vias públicas requer a existência de recursos financeiros suficientes. O que em tempos bicudos como os atuais não é coisa comum.
Também a solução menos de 24 horas após a pichação pode ter sido uma mera coincidência. Esta foi, aliás, a alegação oficial da Prefeitura. De que os serviços estavam programados para aquele dia.
A boa educação determina que se acredite em informações oficiais. Então, não é de se duvidar que a programação previa mesmo que tais buracos fossem tapados naquele dia. Pode ocorrer.
Mas é sempre conveniente mencionar que o problema no local é um tanto antigo. E remete ao período anterior às chuvas de dezembro do ano passado e início de janeiro deste ano.
Em um dos quarteirões, entre a avenida César Vergueiro e a rua Heitor Chiarello, o tráfego de veículos estava muito complicado. Tanto que alguns moradores chegaram a programar um protesto, com o fechamento temporário do local, o que acabou não ocorrendo.
Reafirmando que a pichação pode não ser a solução, é preciso lembrar que protestos são legítimos e servem para “empurrar” autoridades a resolverem problemas.
Todos, claro, devem ocorrer dentro da ordem, sem prejuízos ao patrimônio público ou a sua ampliação. Se for possível, é sempre bom se evitar o protesto anônimo.
Porque a manifestação com autor, ou autores tem muito mais credibilidade e tiram do ato aquele ar de manifestação meramente eleitoreira, notadamente em ano de eleição. E podem impulsionar ainda mais a solução rápida do problema.
Hoje, no entanto, o cidadão tem inúmeras formas e ferramentas para protestar. Assim, é possível cobrar direitos com a devida veemência sem recorrer a pichações, sempre feitas de forma anônima. Também porque pichar onde há buracos em Ribeirão Preto levaria a um custo proibitivo. Ou não?
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CONSERVAÇÃO DE VIAS PÚBLICAS
Por falar em ruas esburacadas, a Prefeitura de Ribeirão Preto abriu licitação, por pregão presencial, para a contratação de empresa especializada para serviços de conservação de pavimentos viários betuminosos nas vias públicas do município. Deve ajudar um pouco a resolver os problemas das ruas em situação precária. O valor estimado da contratação é de R$ 5,9 milhões. As propostas dos eventuais licitantes serão conhecidas no próximo dia 11 de fevereiro.
PICARETAS DE PLANTÃO
Há pessoas que reincidem em uma prática inescrupulosa, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), que publicou um comunicado pouco amistoso sobre pessoas que se utilizam indevidamente do nome do Tribunal, para vender anúncios de publicações que veiculem notícias do TCE. Informa que pelo menos duas vezes em situações anteriores já foram publicados comunicados similares.
NÃO VENDE ANÚNCIOS
O comunicado aponta também que o TCE não vende anúncios ou patrocínios de publicações. “Independentemente das providências policiais que devem ser adotadas por quem seja procurado, é mister esclarecer que este Tribunal nunca, em tempo algum, autorizou quem quer que seja a receber quaisquer recursos, mesmo porque a Revista deste Tribunal é editada e distribuída gratuitamente desde o ano de 1957 e sempre teve as despesas decorrentes suportadas pelo orçamento desta Corte”, registra o comunicado assinado por Sérgio Ciquera Rossi, secretário-diretor geral do tribunal.