
Sessões esticadas
"Explicações pessoais" e "comunicados inadiáveis" têm tomado boa parte das sessões da Câmara
A Câmara de Ribeirão Preto tem adorado uma prática que tem aumentado o tempo de duração das sessões sem que tenha ocorrido o aumento do projetos aprovados. O que tem crescido é o número de discursos sob a justificativa de explicações pessoais ou comunicados inadiáveis.
Até o recesso de julho, os pronunciamentos eram pouco utilizados. Os vereadores preferiam usar a tribuna para encaminhar projetos, justificar o voto ou discursar durante o Pinga Fogo, que ocorre após a Ordem do Dia e contempla metade dos vereadores a cada sessão.
Agora, os tais comunicados e explicações estão se transformando em discursos longos e sessões que retardam a votação de projetos. E a prática até levou a Mesa Diretora a exigir que todos os interessados nos pequenos discursos façam inscrições até o momento da votação englobada de requerimentos e indicações.
Com a exigência, o assunto foi disciplinado. Quem não se inscreve só usa a palavra em outros momentos permitidos durante as discussões. E são muito os que dão um jeito de falar, já que a sessão é transmitida ao vivo pela TV Câmara e as eleições municipais ocorrem praticamente daqui a um ano.
Com a necessidade de aparecer para os eleitores, as explicações pessoais e comunicados inadiáveis têm se transformado em pequenos discursos em que valem elogios e críticas aos governos municipal, estadual e federal, dependendo do partido do vereador na tribuna.
Mas os discursos têm se alongado e aumentado de número. Alguns vereadores estão incomodados com a demora do início da Ordem do Dia. Uma das sessões ultrapassou as 20h, horário limite para o início das votações, e acabou encerrada sem a análise de nenhum projeto.
Os vereadores incomodados têm cobrado do presidente Walter Gomes (PR) alguma medida para reduzir o tempo de discursos antes das votações. Nas sessões mais recentes as utilizações têm sido mais rápidas, mas à medida que se aproximarem as eleições as coisas podem mudar.
HOMEM FORTE?
Uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo no domingo, dia 20, mostra que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) ouve algumas pessoas antes de tomar decisões. Quando se trata de empresariado, costuma falar com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Mas quando o assunto é político e envolve o governo estadual, o caminho para chegar ao Palácio dos Bandeirantes é deputado federal e presidente estadual do PMDB Baleia Rossi, que tem base eleitoral em Ribeirão Preto.
TRANSPARÊNCIA
Um projeto do vereador Jorge Parada (PT), em tramitação na Câmara, obriga os hospitais públicos e privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), localizados em Ribeirão Preto, a fornecerem aos pacientes e familiares, cópias dos documentos assinados por eles após alta médica, contendo informações discriminadas por item de todos os gastos suportados pelo SUS com a internação. É uma forma de mostrar aos usuários, os investimentos públicos feitos pelo Estado.
MÁFIA
Segundo o vereador, o projeto tem também pode ajudar na fiscalização do que chama de Máfia das Próteses, esquema para realização de cirurgias, muitas vezes desnecessárias, apenas para obrigar os pacientes a comprar próteses vendidas por empresas que pagam propinas a médicos, servindo de alerta para população na verificação dos valores pagos e se correspondem aos estipulados dentro do mercado. “Fico indignado diante da forma que empresas tratam a vida das pessoas, somente visando lucros fáceis. Por isso esse Projeto de Lei é de extrema importância”, diz Parada.
ELE DISSE
“Com as dificuldades que estamos enfrentando e os desafios que temos pela frente, sou alvo especialmente para aqueles que querem fragilizar o governo”
Aloizio Mercadante, ministro chefe da Casa Civil, ao afirmar que tem sido criticado em função do cargo que ocupa no governo federal