
Tempo de colheita
Como costumam fazer prefeitos, governadores e presidente da República, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) se lançou à colheita de sementes plantadas em anos anteriores. Em Ribeirão Preto fez a entrega de um equipamento de acessibilidade no aeroporto Leite Lopes e inaugurou o Parque Tecnológico.
Em seguida rumou para Sertãozinho. Por lá, inaugurou delegacia, entregou viaturas policiais e autorizou a implantação de um Poupatempo na cidade. O restante da agenda foi cumprida em Monte Alto, com a autorização de construção de casas e outros compromissos.
É mesmo assim. Parece que é mesmo preciso esperar por quatro anos para que as obras apareçam e sejam inauguradas. Não que não ocorram inaugurações em outros tempos. Mas elas são bem mais escassas.
Nestas solenidades há uma espécie de prestação de contas com valores muitas vezes superestimados e elogios providenciais de aliados de primeira hora. É uma forma de “terceirizar” discursos que podem resultar em bons votos na busca da reeleição.
E assim como eleitores privilegiados querem também participar da colheita. Ou ao menos conseguir plantar alguma coisa para o momento de colher, daqui a dois anos, quando acontecem as eleições municipais.
Nessas condições os prefeitos pedem, pedem e pedem. Por mais que recebam, pedem mais. É uma forma de convencer os chefes de outras instâncias de governo a mandarem novas obras para a cidade.
A prática desnuda uma situação triste de se ver. O aproveitamento da ingenuidade política da maioria dos eleitores. Na busca pelo voto, muitas obras chegam a ser inauguradas mesmo ainda sem estarem totalmente acabadas.
E o pobre eleitor/contribuinte, na falta de coisa melhor, vai acreditando nesta terrível cantilena política. Melhor quem faz alguma coisa, raciocinam. Sem pensar que as obras são fruto do dinheiro dos impostos. E que elas não representam um favor, mas uma obrigação dos governantes.
Não que as obras não sejam importantes. Mas não deveriam brotar em profusão apenas nas proximidades de eleições. Porque isso além de ensejar oportunismo, mostra uma descontinuidade de gestões, mesmo de aliados políticos.CONVITE
Quem aproveitou a passagem do governador Geraldo Alckmin pela cidade foi a secretária de Infraestrutura e ex-presidente da Fundação Feira do Livro Isabel Farias. Ela foi à solenidade não deixou passar a oportunidade de convida-lo para a Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, que acontece de 16 a 25 de maio em vários locais da cidade.
IMORTALAo caprichar nos elogios ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), o deputado estadual Welson Gasparini (PSDB) listou obras e recursos do governo estadual na cidade. Já no final de sua fala, o parlamentar tucano disse que as obras do governador o imortalizam para a população de Ribeirão Preto. Ma a imortalidade, para o deputado, ainda depende de um pequeno (mas importante) gesto do governador: assinar o projeto que cria a Região Metropolitana de Ribeirão Preto.
DISPUTA
Esta é uma bandeira deveras disputada. O vereador Maurílio Romano (PP), em segundo mandato, defende a criação da Região metropolitana e até criou na Câmara uma Comissão Especial de Estudos (CEE) para pressionar pela criação. Nesta terça-feira ele também foi lembrar o governador de sua luta e de prefeitos e vereadores da região.SEM FILÓSOFOS
“Não vou citar aqui nenhum filósofo ou pensador famoso. Vou mostrar só a frase escolhida pela dona Maria Rita Artal, que foi quem escolheu a frase da camiseta que estou usando”, disse a prefeita Dárcy Vera (PSD), que usava uma camiseta que pede a instalação do restaurante Bom Prato no Hospital das Clínicas. A campanha, barulhenta, roubou a cena da solenidade de inauguração do Parque Tecnológico.
PROVOCAÇÃOA fala da prefeita foi uma provocação ao adversário político Duarte Nogueira (PSDB), deputado federal. O parlamentar iniciou seu discurso citando uma frase de Ralph Waldo Emerson, poeta, escritor e filósofo norte-americano que viveu entre 1803 e 1882.
ELA DISSE:
“Falei tudo isso porque acredito no seu coração”
Dárcy Vera (PSD), prefeita de Ribeirão Preto, falando ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), depois de fazer vários pedidos