
Triste ‘mêsversário’
Há um mês exatamente Ribeirão Preto amanheceu perplexa com uma notícia. O desaparecimento de um menino de três anos de idade de sua casa, de seu quarto, onde dormia. A porta da casa estaria aberta, mas o portão alto permanecia trancado com cadeados.
Mãe e padrasto do menino chamaram a polícia. Deram o alerta do desaparecimento. Falou-se em uma terceira pessoa na casa. Em sequestro até. A cidade começou a se movimentar nas buscas e a polícia começou a investigar.
Cindo dias depois, um domingo, o corpo do menino é encontrado nas águas do rio Pardo, já no município de Barretos. Só então a Justiça concedeu prisão temporária do casal que é apontado como o suspeito do desaparecimento e morte. O padrasto principalmente.
Parece que tudo que havia para ser dito e publicado sobre o caso já o foi. A dor do pai, que veio de São Paulo para acompanhar as buscas. O sofrimento dos avós que ainda hoje choram a perda do pequeno neto. A comoção e revolta da sociedade.
A polícia, por sua vez, já encontrou em depoimentos contraditórios e detalhes que servirão como prova, indícios de que o crime pode ter sido cometido pelo padrasto. Não há evidências da participação da mãe no caso, mas sua omissão ou aquiescência é um grito no ouvido de policiais.
Não há o que comemorar ao fim deste triste primeiro mês do desaparecimento. É claro que as pessoas mais próximas se lembram. As distantes também, porque o fato é de fácil comoção. Mesmo para quem nunca tinha visto as pessoas próximas ao garoto.
Jornalistas que se envolveram na cobertura dos fatos e não tiveram como manter a necessária distância do fato. Muitos se comoveram e esperam o desfecho do inquérito policial com suas conclusões quase prontas.
Nesta data, resta lembrar de um horrível fato que vitimou um menino inocente que ainda nada sabia de relacionamentos, complicações da vida e da frieza de algumas poucas pessoas.
O crime já foi perpetrado. Joaquim não volta. A vida dos suspeitos já revirada. A Justiça será feita. Mas o principal de tudo isso é que o crime sirva de reflexão. Que não seja lembrado para afastar a possibilidade de outros similares.