
Uma greve de derrotados
A greve dos servidores de nível técnico da saúde, que terminou nesta sexta-feira, dia 14, registrou derrotas ao longo de sua realização. O Sindicato dos Servidores Municipais até comemorou como vitória a garantia de redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais a partir de 1º de julho, mas foi uma derrota.
Pelo decreto baixado em outubro do no passado, a aplicação das 30 horas ficaria suspensa por 180 dias, ou seja, a aplicação se daria a partir de abril. Logo os servidores perderam maio e junho de redução, mesmo após uma estressante paralisação, com acusações e manifestações que provocaram estremecimentos.
Ainda não se sabe se estes estremecimentos provocarão reflexos no trabalho dos servidores a partir de agora, mas não é impossível que isso ocorra, dado à fragilização das relações de trabalho entre chefias e servidores.
Não se tira, com estas afirmações, o direito de os servidores reivindicarem seus direitos até mesmo com a extrema medida da greve.
O governo municipal, muito embora tenha conseguido “rolar” a aplicação das 30 horas por mais um tempo, foi outro derrotado. Sempre há sequelas de uma greve tão duradoura. A Administração Municipal fica manchada ao comprovar que não consegue cumprir uma lei por ela proposta.
Além do mais, foi um período de acusações, de afirmações controversas e de longas e cansativas reuniões, com ânimos muitas vezes alterado de parte a parte, a maioria delas sem um resultado positivo.
Mas o maior perdedor mesmo foi o cidadão que teve que esperar mais por atendimento na já combalida rede de saúde pública. Além de esperar mais, teve consultas adiadas e exames não realizados durante a paralisação.
E por mais que o governo insistisse em afirmar que não havia problemas e que a greve era parcial, quem procurou atendimento nestas duas semanas sabe que foi mais difícil conseguir atendimento.
Assim, a fria e breve avaliação da greve, por quem vê a situação pelo lado externo, é de que houve prejuízos para muitos. Principalmente para o contribuinte, que paga o salário de todos os envolvidos. Uma pena.