
União contra o mosquito
Sempre que há necessidade, a população responde de forma positiva e colaborativa
O que se viu no sábado, 30, em Ribeirão Preto e em quase 70 cidades da região foi um exemplo de cidadania e de pessoas preocupadas com a saúde própria e da comunidade como um todo.
Pessoas das mais diversas camadas sociais ajudaram de alguma forma o combate ao mosquito Aedes aegypti nas cidades onde o primeiro grande mutirão de 2016 foi realizado. Faz sentido. Há muito risco da doença no ar.
A união do poder público, iniciativa privada (que forneceu veículos e ferramentas) e população mostrou que é possível realizar grandes tarefas comunitárias em nome do bem estar da população.
Foi uma ajuda incondicional. Ninguém se preocupou com quem estava liderando o mutirão ou com quem dele participou. Sem divergências, os envolvidos colaboraram com o único objetivo de reduzir criadouros do mosquito transmissor da dengue, zika, febre chikungunya e febre amarela.
Mas não apenas o trabalho de limpeza realizado nas dezenas de cidades foi importante. Há que se considerar que a divulgação forte do problema atingiu milhares de pessoas. Foi quase impossível ignorar que há uma situação de saúde pública bastante delicada.
A difusão das informações, os exemplos de pessoas que se dedicaram com ânimo ao trabalho, as lições tiradas do mutirão podem render frutos capazes de reduzir, em muito, os criadouros do tal mosquito.
Isso porque quem participou vai ampliar suas ações de combate. E quem nunca se preocupou com os criadouros vai colocar mais atenção no assunto. Tudo como resultado do trabalho realizado e impulsionado pelo grande número de casos de dengue.
Melhor seria que não tivesse sido necessário chegar a tal ponto. Mas sempre há tempo de reverter situações, melhorar o combate e, claro, evitar que a previsão de grande número de casos de dengue e zika se confirme nas cidades.
Quanto menos casos, maior economia de recursos. E, muito mais importante que o dinheiro economizado é a redução de sofrimento das pessoas com as doenças provocadas.
PROIBIDO CAÇAR
Quem chega a Ribeirão Preto pela rodovia Atílio Balbo entra na cidade por uma rotatória que representa, pelo menos por enquanto, uma péssima imagem para a cidade. O mato alto pode passar a impressão de uma cidade descuidada. Em alguns pontos da rotatória o capim ultrapassa dos dois metros de altura. O visitante também presencia mato alto em avenidas próximas e em várias praças da cidade.
MEIO SERVIÇO
Neste tempo de chuvas e crescimento rápido do mato há até meio serviço sendo feito pela Prefeitura. Em algumas avenidas e rotatórias, a roçada sempre foi feita com roçadeiras grandes e tratores e completadas por trabalhadores braçais, na sequência, nos locais onde a roçadeira grande não chega. Agora o trabalho braçal demora vários dias para chegar e os operários encontram o mato que havia sido roçado já grande.
PLANEJAMENTO
A situação indica que há falta de planejamento. Um forte indicativo foi a roçada da praça José Rossi, na Vila Virgínia, onde aconteceu, no domingo, 31, o Encontro de Folias de Reis. O mato só foi roçado na sexta-feira, antevéspera do evento.
Foto: JFPimenta/CCS