Vereadores manobristas

Vereadores manobristas

De manobra em manobra eles conseguiram empurrar votações polêmicas para depois das eleições, debochando do eleitor

A Câmara Municipal votará na segunda-feira, 3, um projeto de resolução que reduzirá o quórum qualificado. Tudo para manter com nove vereadores a Câmara Municipal enquanto perdura a suspensão dos vereadores suspensos por decisão judicial desde o dia 1º de setembro, por serem investigados na Operação Sevandija.

Então é isso mesmo. Os vereadores são acusados de deslizes, são suspensos por decisão judicial, continuam recebendo normalmente, assim como seus assessores, a Câmara não convoca suplentes e ainda vota um projeto de resolução em desacordo com o Regimento Interno, tudo para manter a zona de conforto de acusados de desonestidade.

Lhe parece séria uma Câmara Municipal assim? A mim não me parece. Mas pode ser só uma opinião solitária.

Agora, se a investigação durar seis meses ou um ano, a Câmara vai seguir com 13 vereadores. Há algo de insalubre em tudo isso. O contribuinte não pode pagar por 22 vereadores e receber o trabalho de apenas 13. Há prejuízo de representatividade. Mas os eleitos pensam primeiro no conforto próprio.

Mas quem se importa? A Câmara Municipal, notadamente por influência dos governistas agora suspensos, descumpriu a Lei Orgânica Municipal (LOM), ao não votar no prazo as contas rejeitadas da senhora prefeita, com o objetivo claro de manter a boa (e falsa) imagem dos vereadores. O que esperar da instituição que agora se prepara para descumprir o Regimento Interno, escrito pelos próprios vereadores?

E tudo empurrado para depois das eleições. Para assegurar que as decisões nem sempre corretas interfiram nas eleições. A situação está posta e os eleitores ainda têm tempo de rejeitar tudo de podre que está no ar. O mal cheiro denuncia a tudo.

É apenas uma questão de voto. Aceitar o que já está vencido por suas práticas nefastas ou buscar no voto novas saídas, novos meios de gerir a coisa pública. Aguardemos os resultados das urnas.

CORDIALIDADE
Sim, há um tratamento amistoso (ou cordial) entre os candidatos a prefeito quando as câmeras não incomodam a imagem deles. Na quinta-feira, 29, antes do debate, os candidatos estavam já em suas bancadas quando foi ao ar uma propaganda do de Rodrigo Camargo (PTB), com o Jargão “Fala Rodrigo”, repetido algumas vezes. O tucano Duarte Nogueira também repetiu, olhando para o adversário: Fala Rodrigo.

LAVANDIJA?
É da lavra do candidato Duarte Nogueira a confusão e junção de nomes das Operações Lava Jato e Sevandija. Em uma entrevista ao programa Larga Brasa na TV, na quinta-feira, 29, ele se referiu à operação em Ribeirão Preto como “Lavandija”

ÁGUA PURA
Há quem diga que o candidato Ricardo Silva (PDT) levou mais do que documentos a um debate na quinta-feira à noite. Assessores do vereador teriam levado garrafas de água para ele tomar durante os embates. No meio da discussão ele insinuou que a água do Rio Pardo é suja.

 

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