Voz alta de um, diplomacia de outro

Voz alta de um, diplomacia de outro

Irmão de Fernando Chiarelli não aparenta ter qualquer consanguinidade na verborragia

“Os dedos das mãos são diferentes”, dizem os mais conhecedores de adágios populares, para explicar porque irmãos não precisam ser iguais. E nem sempre são mesmo. Há provas por aí aos borbotões. E algumas bem salientes.

Se ninguém tivesse informado – ele não se apresentou logo no início de sua explanação – dificilmente algum jornalista que participava de uma entrevista coletiva diria que o senhor de gravata e punhos da camisa dobrados era irmão do polêmico ex-deputado federal Fernando Chiarelli (PTdoB), que está preso justamente sob a alegação de injuriar.

Já depois de um certo adiantado de sua fala o homem se identificou como José Antônio Chiarelli (na foto à direita), irmão do político que teve o mandato de vereador cassado por sua - às vezes - inadequada verborragia diante. Quem conhece sua trajetória sabe que não economiza palavras com quem quer que seja. E que desconhece limites quando discorda de algo ou de alguém.

“As notícias da mídia deixam a indicar que a prisão de Chiarelli foi justa, mas não foi, porque o processo está praticamente nulo, por ser “gêmeo” de outro processo que ensejou absolvição. Por isso esse processo de condenação foi marcado por vários incidentes”, disse.

Os presentes esperavam que ele então criticasse o juiz que determinou a prisão do irmão. Que nada. Sua fala teve até momentos elogiosos ao se referir à capacidade, aos conhecimentos do juiz.

“Nosso objetivo não é transmitir postura desairosa de quem quer que seja”, disse, para afirmar adiante que no caso do julgamento do irmão “houve, em tese, uma mácula”. Também teceu palavras duras em alguns momentos, sem descambar para a crítica mais pesada.

“O juiz exarou uma sentença carregada de subjetivismo. Ele se colocou como parte e faltou a isenção necessária. Por isso meu irmão não está preso de forma justa. Existem hipotéticas falhas técnicas que serão sanadas”.

E foi ele quem reconheceu que o irmão fala muito, fala demais, “mas não é perigoso. Fernando Chiarelli não é esse marginal que estão pintando a quatro paredes”.

Mas ao final ainda repetiu uma frase dita lá pelo meio de seu pronunciamento. “Nossa intenção não é humilhar a quem quer que seja”. É mesmo uma distância de água pra vinho.

HCs NEGADOS
Por falar em Chiarelli (o Fernando) o Diário da Justiça Eletrônico – da Justiça Eleitoral – publicou nesta quarta-feira, 10, a negativa de liminar em dois habeas corpus impetrados por advogados do ex-deputado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Nos dois casos a justificativa é de que a instância onde os recursos foram apresentados não é a adequada. Outros dois pedidos tramitam desde a semana passada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

PERMUTA QUESTIONADA
A troca de um terreno particular por outro público criou uma pequena polêmica na Câmara Municipal. O projeto seria votado na terça-feira, 9, mas ficou sem parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) porque o presidente da Comissão, Cícero Gomes da Silva (PMDB), quer estudar melhor o projeto. A vereadora Gláucia Berenice (PSDB) também apresentou um voto em separado em que defende a rejeição da proposta.

AVALIAÇÃO
De acordo com o voto em separado, a avaliação do terreno que a prefeitura oferece está R$ 328,86 mil abaixo do valor venal. Ao mesmo tempo a prefeitura pretende receber a área particular com por R$ 1,77 milhão acima do valor venal. Ou seja, vende por menos e compra por mais.

CPI DA SAÚDE
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a demora no agendamento de consultas e exames na rede municipal de saúde ouve nesta quarta-feira, 10, usuários dos postos de atendimento que reclamam das filas. A reunião tem início às 19h, na Câmara Municipal.

CETREM
O novo prédio da Central de Encaminhamento ao Migrante (Cetrem) que nem foi inaugurado desperta muitos questionamentos na Câmara. O vereador Bertinho Scandiuzzi (PSDB), que preside uma Comissão Especial de Estudos (CEE) sobre o assunto. Está solicitando cópias de um aditivo das obras e cópias das medições e do cronograma físico-financeiro.  Ele também quer cópias de atas de reuniões da prefeitura com o proprietário do imóvel alugado. O vereador suspeita que falta fiscalização da obra de reforma.

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