Amarone della Valpolicella

Amarone della Valpolicella


No Nordeste da Itália, a região do Veneto produz um vinho disputadíssimo que se equipara aos famosos Barolos do Piemonte e aos Brunellos da Toscana. As varietais tintas do Veneto são nativas e seus nomes, pouco conhecidos entre nós. Nesta região são produzidos os populares vinhos tintos Valpolicellas, uma “assemblage”, ou seja, uma mistura das uvas Corvina, Rondinella e Molinara, vinhos leves e de rápido e fácil consumo.

O Amarone della Valpolicella, por sua vez, é um vinho de longa guarda, composto de uma grande complexidade de aromas e sabores que se tornam mais intensos à medida que envelhecem nas barricas de carvalho e, principalmente, ao longo dos anos depois de engarrafados. O Amarone é elaborado com uvas naturalmente desidratadas durante um período mínimo de seis meses antes de iniciado o processo de fermentação. Sua produção teve início somente a partir de 1950 e rapidamente adquiriu o status de vinho clássico, fazendo jus à sua cor vermelha escura, aos intensos aromas e sabores, lembrando uvas passas, ao incrível equilíbrio entre o seu alto teor alcoólico — de 14,5% a 16,0% —, aos seus potentes taninos, aos níveis de açúcares e acidez, considerada de uma qualidade rara presente em vinhos bem estruturados, o que justifica o seu título de clássico, atributo dispensado a poucos e raros vinhos merecedores desta classificação.

Ao lado do clássico Amarone, um “segundo vinho” é produzido com os resíduos da primeira fermentação e prensagem, que recebe o nome de Ripasso della Valpolicella. Mas se o processo da fermentação é interrompido precocemente, antes que todos os açúcares sejam fermentados, obtemos um vinho com maior teor de açúcares residuais, que recebe a denominação de Recioto della Valpolicella. Todos estes vinhos passam por um processo natural de fermentação e maturação antes de serem definitivamente engarrafados. Queijos de massa firme e maturados, carnes tipo caça, carnes vermelhas assadas em uma cama de ervas aromáticas, como alecrim e sálvia, e especiarias, como o louro e o zimbro, são definitivamente um convite para uma taça de Amarone. Por sua vez, uma torta de nozes e chocolate amargo não dispensa uma taça de um aromático Recioto, um vinho de “meditazione”. Bon appétit!

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