O verão dos rosés

O verão dos rosés

Aromáticos, com perfume floral e um toque de frutas vermelhas, eles já nascem prontos para serem apreciados, alegrando e participando do nosso verão, que chega mais cedo do que o esperado. Leves ao paladar, sua cor típica está a nos dizer que ele não é um vinho para análises profundas, mas um convite para apreciação descontraída. A sua cor sugere momentos de alegria e de descontração, refrescando o precoce e quente verão brasileiro.

Em todas as regiões vinícolas da Europa, o vinho rosé é elaborado com uvas tintas, com exceção da região de Champagne, onde o mesmo é obtido pela mistura (assemblage) das uvas tintas Pinot Noir e Pinot Meunier com a variedade branca Chardonnay.

A associação de ideias de que o vinho rosé lembra mais um “refresco” de frutas do que um verdadeiro vinho na acepção da palavra vem do desconhecimento de como ele é preparado e da ausência de contato com os rosés elaborados com uvas de altíssima qualidade, como ocorre com os Rosé d’Anjou e com o Cabernet d’Anjou, produzidos ao longo do Vale do Loire, na França.

Os vinhos rosés são produzidos basicamente de duas maneiras, em uma delas as uvas tintas são maceradas com as suas cascas que permanecem em contato com o mosto por um período que não excede 48 horas, quando, então, elas são removidas e o líquido obtido é fermentado. A outra maneira utilizada com menos frequência é a mistura do vinho branco com o tinto (assemblage), somente em regiões onde esta prática é permitida.

Os badalados e requintados rosés elaborados na região francesa de Champagne são um índice de bom gosto e sofisticação. Quando a palavra Provence nos vem à mente, o vinho que aparece diante de nossos olhos e lembranças geralmente é um Rosé de Provence. A região de Tavel, também localizada no vale do Rhône Sul, na França, é um sinônimo de rosés de altíssima qualidade, secos e intensamente aromáticos, que servem como referência ao avaliarmos as qualidades dos rosés elaborados em todas as outras regiões vinícolas ao redor do mundo.

Portugal, tradicionalmente, é um grande produtor de vinhos rosés secos de uma acidez relativamente alta, alguns deles, frisantes, que harmonizam muito bem com a diversificada culinária regional. A Espanha se destaca principalmente pelos rosés espumantes com denominação de origem controlada de Cava. Os espumantes brasileiros rosés são sempre bem-vindos pelas suas excelentes qualidades que se destacam quando comparadas com outros rosés, principalmente com aqueles produzidos nos países do Novo Mundo.

O consumo de vinhos rosés vem crescendo rapidamente e, ao mesmo tempo, as ofertas para os consumidores têm acompanhado este crescimento. Os vinhos rosés são uma excelente escolha para os dias e as noites quentes de verão, principalmente por oferecerem uma maior sensação de frescor, que se inicia pela cor, pela temperatura ideal de consumo — ao redor de 5 graus centígrados —, pelos aromas e pelos sabores florais, finalizando com frutas vermelhas. O verão dos rosés já está aqui entre nós, vamos apreciá-lo. Um bom final de semana.

Dr. João Roberto
Food & Wine Styling and Photography
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