Riesling

Riesling

Riesling

Ela é uma variedade de uva que aprecia os climas frios da Alemanha, da Áustria e da região francesa da Alsace e, gradativamente, vem ocupando com relativo sucesso um lugar de destaque nas vinícolas de climas frios e, eventualmente, temperados do Novo Mundo. Estabelecer um equilíbrio entre o seu nível de açúcar e de acidez é o desafio que a Riesling gosta de propor aos seus vitivinicultores, aliás, na maioria das vezes que degusto um vinho Riesling, prefiro que esse equilíbrio não seja estável, pois, ao variar entre a doçura e uma agradável acidez, podemos apreciar sua extensa cadeia de aromas e sabores que a caracterizam muito bem, como o de maçãs, peras e pêssegos maduros, um inconfundível cítrico, uma exótica lichia e até mesmo um toque de jasmim.

Mineral é um dos termos que os apreciadores e críticos gostam de atribuir aos seus vinhos de qualidade como sendo uma de suas características principais, mas difícil de explicar. Em outra ocasião, quando tive a oportunidade de abordar a mesma varietal, recorri ao auxílio dos geólogos australianos, I. J. Bear e R. G. Thomas, que cunharam com habilidade a palavra “petrichor” originada do grego “petros” (pedra) e uma um pouco mais complexa “ichor” (o fluido que corre nas veias dos deuses da mitologia grega) e que descreve o termo mineral como “o aroma de terra fresca que invade o ar quando ela é molhada após um período de seca e liberado pelas moléculas de óleo provenientes das plantas, moléculas estas que foram previamente absorvidas pela terra” (1).

Geralmente, os vinhos elaborados com esta varietal branca têm um baixo teor alcoólico e estilos que podem ser seco, meio seco e doce, o que permite uma combinação com os pratos picantes de uma culinária asiática, os agridoces de origem alemã ou alsaciana, ou ainda as tortas famosas como as de maçãs.

Os vinhos elaborados com uvas Riesling são delicados e ao mesmo tempo intrigantes quanto aos aromas e sabores, onde predominam com destaque as frutas frescas, sobretudo quando ainda jovens. Quando bem conservados, têm uma sobrevida tranquila que facilmente ultrapassa 15 anos. Quando uma ocasião aparecer, não deixe de apreciar um bem elaborado vinho Riesling, independentemente de seu país ou região de origem. Um bom final de semana para todos nós.
(1) João Roberto, (2007) “A Riesling” em: Uvas e Vinhos: O Prazer da Descoberta. Editora Novo Conceito.

Compartilhar: