Rosso di Montalcino
João Roberto
31 Ago 2017 13:36
A região é Montalcino, situada na província de Siena, uma das mais belas da Toscana. A localidade é o berço da Renascença e dos mais apreciados vinhos italianos, incluindo o Chianti Classico, o vino Nobile di Montepulciano e o Brunello de Montalcino, considerado pelos mais exigentes apreciadores de vinhos ao redor do mundo “a joia da Toscana”.
O Rosso di Montalcino, juntamente com o Brunello di Montalcino, obedece a uma rigorosa regulamentação supervisionada pelo governo italiano, que exige que seus vinhos sejam elaborados com 100% da variedade nativa da região, a Sangiovese Grosso, aqui batizada como Brunello. Os melhores Rosso di Montalcino, ao lado do Brunello, enfrentam com facilidade o Barolo do Piemonte, bem como os mais sofisticados vinhos tintos franceses, nativos das regiões de Bordeaux e da Bourgogne.
A alta qualidade do Rosso di Montalcino, assim como de seu irmão mais velho, o Brunello, está intimamente relacionada ao terroir da região onde a Sangiovese é cultivada, às variações climáticas anuais e à vontade de seus produtores de criar vinhos longevos que melhor realcem tais qualidades. Vermelho escuro e carregado, consistente, bouquet de madeira, floral, frutas vermelhas, baunilha natural, suculento, sabor intenso e prolongado, elegância e finesse presentes até o final de sua existência, em nossas taças.
Para domar a marcante acidez e os taninos potentes da Sangiovese Grosso, é necessária uma permanência em barricas de carvalho de, no mínimo, dois anos para o Rosso di Montalcino e de quatro a cinco anos para os Brunello di Montalcino. Um Rosso típico pode ser apreciado enquanto jovem, já com dois anos, ao contrário de um típico Brunello, que necessita de, no mínimo, cinco anos para atingir o seu pico de maturação.
Como deveria ser a regra com todos os vinhos de qualidade, é melhor apreciado solo e em pequenas quantidades, ou acompanhado de pratos sóbrios em sua confecção, sob pena de mascararmos aquela elegância e finesse a qual já nos referimos. Uma pasta leve cozida no ponto exato, finalizada com um toque da melhor manteiga fresca e trufas da Toscana. Uma costelinha de cordeiro ligeiramente dourada em azeite de oliva extravirgem, suculenta no seu interior, ao lado de um Rosso di Montalcino, para ser apreciado com moderação, é o suficiente para agradecermos à natureza os presentes oferecidos a cada dia de nossa existência. Um bom final de semana para todos nós.
