A SANGIOVESE

A SANGIOVESE

Sua origem nos leva à bela região da Toscana, ao norte da Itália. Após um declínio acentuado quanto à qualidade do vinho Chianti elaborado com esta variedade de uva tinta, a Sangiovese tem ocupado um merecido lugar de destaque entre os apreciadores dos melhores vinhos da Itália, sendo esse um dos motivos pelo qual ela merece, novamente, nossa atenção, sobretudo, pela fácil harmonização, com um grande número de pratos típicos da Toscana, quando nos referimos à “harmonização regional” dos vinhos da Itália. 

Os vinhos elaborados com a Sangiovese lembram frutas vermelhas, especiarias (como o cravo e a canela), ervas aromáticas que crescem naquela região (como o basílico, o tomilho, o alecrim e a sálvia). Vinhos de cor clara, aromas e sabores que lembram a origem da uva, com um corpo geralmente leve. Quando permanecem em barricas de carvalho tostado, adquirem um agradável aroma e um sabor defumado, facilitando a “harmonização regional” com alimentos grelhados, de origem vegetal ou animal. A acidez natural da Sangiovese, quando preservada, é responsável por uma agradável vivacidade presente, sobretudo, em vinhos jovens. 

A Sangiovese Grosso, conhecida com o nome de Brunello na região de Montalcino, é a responsável pela elaboração de vinhos mais sofisticados, como o Brunello de Montalcino e o seu primo irmão, o Rosso de Montalcino. Os vinhos italianos tem uma forte relação com seus pratos regionais, quando nos relevam todo o seu potencial. Uma simples pasta, elaborada com tomates frescos e maduros do tipo italiano, quando tostados e defumados, enaltece as qualidades ocultas de um Chianti e também de um sofisticado Brunello de Montalcino. Bon appétit!

O preparo

Divida ao meio alguns tomates tipo italiano maduros, retire as sementes, adicione um pouco de sal grosso moído levemente no seu interior. Mantenha-os  repousando por umas duas horas em uma assadeira ligeiramente untada com uma pequena quantidade de azeite de oliva, ramos de alecrim, folhas de basílico, tomilho, sálvia e louro. Na churrasqueira, coloque gravetos molhados sobre as brasas. Ponha a assadeira ao lado — não diretamente em cima — das brasas durante uma hora. Feche a churrasqueira com tampa ou a lacre com folha de alumínio.  Se necessário, adicione mais gravetos molhados. Retire a pele dos tomates e descarte as ervas. Em uma frigideira, doure cebola picadinha e pimenta vermelha em azeite de oliva, adicione os tomates e uma taça de 180 ml de Chianti. Aguarde o álcool evaporar, acrescente uma generosa quantidade de folhas de basílico fresco cortadas com uma tesoura e corrija o sal. Coloque esse molho sobre sua pasta predileta, pulverize com um bom queijo Parmigiano ou Grana Padano e aprecie com uma taça de um belo Chianti. Os tomates defumados e aromatizados, com a sua acidez natural, estabelecem uma ponte entre o Chianti e a pasta, criando uma autêntica “harmonização regional à la Toscana”. 

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