Uvas e vinhos: um guia de bolso - 2

Uvas e vinhos: um guia de bolso - 2

7) O teor alcoólico: indica a quantidade de álcool obtido durante a fase inicial da fermentação dos açúcares do mosto em contato com os fermentos da casca das uvas (endógenos) ou adicionados para complementar os primeiros (exógenos). Durante esta fase, os açúcares se transformam em álcool etílico, gás carbônico e energia sob a forma de calor. Cada porção de 16,5 gramas de açúcar é responsável pela produção de uma grama de álcool medido em volume por cento, o que representa a graduação alcoólica que obrigatoriamente deve constar na garrafa. Quanto maior o grau de maturação da uva e mais prolongado o processo de fermentação e a quantidade de fermento residual, maior é o teor alcoólico final de um vinho. Em geral, a graduação alcoólica varia de 9% a 14% nos vinhos de mesa, e acima desses valores nos vinhos fortificados.

8) Países e regiões do Velho e Novo Mundo: praticamente todos os países do mundo produzem um ou mais tipos de vinhos, que são artificialmente divididos em Vinhos do Velho Mundo e Vinhos do Novo Mundo. Os do Velho Mundo seguem métodos mais conservadores e clássicos de produção, obedecendo à legislação aplicada a cada uma de suas denominações de origem, rigorosamente controladas. A merecida fama desses vinhos está relacionada à origem dentro de cada país produtor, ao nome do produtor e à Denominação De Origem Classificada (DOC), (DOCG), (AOC). Seus valores em geral são bem maiores do que os seus correspondentes do Novo Mundo. Os Vinhos do Novo Mundo seguem os mesmos princípios do Velho Mundo, utilizam as mesmas castas, mas raramente usam castas nativas e fazem uso de constantes avanços tecnológicos. Apesar de ainda carecerem da tipicidade, finesse e elegância, características daqueles do Velho Mundo, devemos dizer que os Vinhos do Novo Mundo têm nos surpreendido de maneira espetacular nos últimos 10 anos, além de ainda serem mais acessíveis em relação aos seus valores.

9) Capacidade de Harmonização: é uma qualidade que determinados tipos de vinhos têm de estabelecer uma relação direta com os elementos presentes na composição de outros alimentos, com os quais estabelecem um processo de interação única, capaz de gerar, de maneira contínua e consistente, uma cadeia interminável de novos e agradáveis aromas e sabores. O uso correto desse atributo requer um profundo conhecimento das qualidades do vinho a ser utilizado, bem como do equilíbrio de todos os elementos com o que será apreciado, desde uma única fruta até um prato dos mais sofisticados, em que devemos levar em consideração a doçura, a acidez, assim como a utilização de especiarias e ervas aromáticas, conhecidas como elementos-ponte, com os quais o vinho “identifica-se” para harmonizar-se ou não.

10) Valor de cada garrafa: como regra geral, o valor de cada garrafa é muito relativo e depende do quanto se quer gastar e do conhecimento de cada tipo de vinho a ser adquirido. Vinhos de boa qualidade podem ser encontrados com valores bem acessíveis. A origem em relação ao produtor, à região e às safras são elementos que devem ser levados em consideração. Um fator importante é a opinião de amigos que têm bom gosto e conhecimento sobre vinhos.

11) Temperatura de Serviço: o termo “temperatura ambiente” é muito relativo. Em geral, recomenda-se apreciar os vinhos brancos de mesa e os rosés a uma temperatura de 5º C para os espumantes e 8º C para os tranquilos. Os tintos podem ser servidos entre 16 º C e 18º C. Um bom final de semana para todos nós!

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