VINHOS ESPUMANTES: CHAMPAGNE-2
João Roberto
13 Ago 2015 08:59
Champagne é sinônimo de vinho espumante produzido na região do mesmo nome e somente pode ser utilizado em rótulos de vinhos produzidos exclusivamente nesta região de Denominação de Origem Controlada Champagne. Na sua elaboração, apenas três tipos de uvas são utilizadas, sendo as duas variedades tintas, Pinot Noir e Pinot Meunier, e a branca, Chardonnay. Nesta região, destacam-se duas delas, a de Reims e Èpernay, onde estão situadas as grandes casas que elaboram a sua produção anual e a assemblage com a colaboração de um grande número de pequenos produtores.
Os pequenos produtores, ao contrário das grandes casas, somente utilizam uvas de videiras cultivadas e colhidas em suas propriedades, sendo permitida a utilização de, no máximo, 5% daquelas de seus vizinhos. A indicação de que aquele Champagne que estamos prestes a adquirir e apreciar vem de uma grande casa ou de um pequeno produtor está no canto inferior direito do rótulo, sendo que os pequenos números identificam o produtor e as letras, a origem das castas utilizadas: NM (Negotiant- Manipulant), as uvas são provenientes de vários produtores localizados em uma extensa área; RM (Récoltant-Manipulant), o produtor utiliza somente uvas de suas pequenas propriedades; CM (Coopérative-Manipulant), uvas originadas de um grupo de cooperados; SR (Société de Recoltant), colhidas de diferentes propriedades de uma mesma família; RC (Récoltant - Coopérateur), uvas provenientes de uma cooperativa de vários produtores; MA (Marque d’Achateur) identifica negociantes que não produzem uvas, mas utilizam o seu nome para comercializar um produto elaborado exclusivamente na região de Champagne.
O açúcar residual, medido em gramas por litro, está relacionado à quantidade do mesmo adicionado antes de se colocar a rolha definitiva, mas todos eles já possuem uma pequena quantidade de açúcar residual natural pós-fermentação, mascarado pela relativa alta acidez. O Extra Brut, entre 0 e 6; Brut, entre 5 e 15; Extra Dry, entre 12 e 20; Sec, entre 17 e 35, e, finalmente, o Demi-Sec, com níveis entre 33 e 50.
Um conceito generalizado e equivocado é de que o Champagne acompanha e harmoniza com qualquer tipo de prato, o que nos priva, em várias ocasiões, do prazer de desfrutar de um vinho não espumante, com ressalva para as grandes festas e comemorações, em que o glamour do Champagne sempre impera. Evite servi-lo com pratos muito apimentados, picantes e sobremesas muito doces ou à base de chocolate, que mascaram aquela agradável acidez residual que se dilui sutilmente na presença de milhares de minúsculas bolhas, simulando um movimento contínuo que desejamos que nunca acabe. Um bom final de semana para todos nós.
