Vinhos portugueses no Brasil-2

Vinhos portugueses no Brasil-2

O Douro, o Dão e a Bairrada, regiões mais ao norte, e o Alentejo, o Ribatejo e a Estremadura, mais ao sul, são as regiões que têm merecidamente a maior atenção dos apreciadores dos vinhos portugueses. Com destaque especial para os conhecidos como vinhos da Península de Setúbal, com a sua inconfundível casta Castelão — aqui conhecida com o nome de Periquita — e o seu não menos famoso vinho licoroso, Moscatel de Setúbal.

Na região do Douro, são produzidos os mais requintados dos vinhos tintos de mesa dos tempos atuais, atravessando uma impressionante fase de renovação, sendo a Touriga Nacional a casta que revela todo o seu potencial, ao lado da Tinta Roriz e a Touriga Franca. Os vinhos desta região possuem intenso aroma, excelente equilíbrio entre açúcar e acidez, taninos potentes que se suavizam e se tornam sedosos durante um longo processo de maturação, quando já engarrafados.

A região do Dão segue os mesmos passos do Douro, e a casta Alfrocheiro, ao lado da Touriga Nacional, resulta em vinhos complexos com grande capacidade de maturação, uma relativa baixa graduação alcoólica, aromas de especiarias bem evidentes e taninos, quando bem maduros, agradáveis e sedosos.

A região da Bairrada cedeu às tentações da Cabernet Sauvignon, mas resistiu e está de volta às suas origens com a Touriga Nacional e com a Touriga Franca, ao lado da rebelde e desafiante casta Baga, produzindo vinhos intrigantes quanto aos seus aromas e sabores. Notáveis produtores estão estabelecidos nesta região, elaborando vinhos que se tornaram famosos ao longo de sua existência.

O Alentejo vem elaborando vinhos de muito sucesso, utilizando um estilo de vinificação típico e próximo as das utilizadas no Novo Mundo, com suas técnicas modernas, mas sem perder sua originalidade. A introdução de uma casta estranha nesta região, a Syrah, tem sido muito bem aceita, com excelentes resultados em termos de vinificação moderna. A Aragonez, aqui sinônimo da Tinta Roriz do Douro — a nossa conhecida Tempranillo, da Espanha —, tem uma presença marcante e de grande importância, ao lado da Trincadeira e da Alfrocheiro. As castas brancas Roupeiro, Rabo de Ovelha e Antão Vaz estão presentes no portfólio do Alentejo com suas oitos regiões bem distintas: Portalegre, Borba, Redondo, Reguengos, Vidigueira, Évora, Granja-Amarejela e Moura.

Portugal deve muito do prestígio de seus vinhos a estas regiões, com seus antigos produtores que fazem parte da história do sucesso dos vinhos portugueses de mesa. A região de Ribatejo vem obtendo notável sucesso com as castas francesas Cabernet Sauvignon e Merlot, ao lado da Alfrocheiro e da Touriga Franca. A região de Estremadura está sempre presente, com complexas assemblages da Touriga Nacional e da Tinta Roriz, ao lado dos tintos e dos brancos leves e agradáveis e de fácil consumo, como os da região do Ribatejo.

Os Vinhos Verdes brancos, tintos e rosés são os mais difundidos e conhecidos de todos os vinhos portugueses, pincipalmente aqueles da casta Alvarinho. Os vinhos de mesa de Portugal, ao lado dos fortificados — como os famosos vinhos do Porto e Madeira —, são uma contínua e constante descoberta, sempre presentes no disputadíssimo mundo dos vinhos. Portugal, com suas vinhas e vinhos, está à nossa espera. Um bom final de semana para todos nós.

Dr. João Roberto
Food & Wine Styling and Photography
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