Inteligência Emocional em Residentes de Pediatria

Inteligência Emocional em Residentes de Pediatria

           Inteligência emocional é um tipo de inteligência social composta de múltiplas facetas, incluindo a habilidade para monitorar, e adaptar, as emoções das próprias pessoas, bem como, o grau de empatia que alguém apresenta nas relações interpessoais, a flexibilidade para adaptar-se às mudanças que alguém requer e a habilidade para manipular situações estressantes. Entusiasmo para o estudo da inteligência emocional tem levado a diferentes investigações, dentre as quais incluem-se médicos residentes, cirurgiões gerais, ortopedistas, patologistas, anestesistas e clínicos gerais. Estudo recente, publicado no Canadian Medical Education Journal (2017), investigou a inteligência emocional de residentes de pediatria, com o propósito de identificar quais habilidades estariam subjacentes a estes profissionais, passíveis de serem selecionadas visando a intervenções que as enriquecessem e melhorassem.

            Supondo-se que na prática pediátrica, baseada em tratamento de crianças e seus familiares, os pediatras deveriam ter inteligência emocional na média, ou acima desta, em relação à população geral, o estudo em questão envolveu 35 residentes, os quais completaram um questionário de 133 itens, requerentes, estes, de altas avaliações, estimadas numa escala de cinco pontos. Todos os escores sendo, então, normalizados em relação a uma média de cem. Os dados foram analisados em função do tempo de treinamento, sexo e em dois grupos etários: um de até 29 anos e outro de 30 anos ou mais velho. Vamos aos resultados.

            Áreas de fraqueza, e de potencialidade, na inteligência emocional dos residentes de pediatria foram encontradas. O escore de inteligência emocional destes não foi significativamente diferente do de um grupo normativo de profissionais com educação superior. Todavia, foi mais elevado do que o normativo da população geral. Os residentes pediátricos pontuaram de forma mais elevada nas subcategorias expressão emocional, relações interpessoais, empatia e controle de impulso quando comparados aos escores da população normativa. Não houve qualquer correlação entre o escore geral de inteligência emocional e os anos de treinamento. Houve uma correlação positiva entre um aumento no ano de treinamento e uma aumentada assertividade, ou seja, ser argumentativo e persuasivo, convencendo outrem de algo.

            As áreas de fraqueza relativas foram nas subcategorias tolerância ao estresse, assertividade, independência e solução de problemas. Não houve diferença estatisticamente significativa nos escores mais elevados nas subcategorias independência e solução de problemas para os residentes de mais de trinta anos de idade quando comparados aos seus pares mais jovens. As mulheres sobrepujaram os homens na subcategoria expressão emocional. Também foi verificado que algumas habilidades que compõem a inteligência emocional parecem aumentar com o treinamento, o que ocorre, por exemplo, com a assertividade, habilidade de crescente responsabilidade, que incorpora supervisionar os residentes mais jovens e outros paramédicos.

            Em geral, os residentes em pediatria, como um todo, pontuam de forma mais elevada do que a população em geral. Mas, tais valores são consistentes com os escores de outros profissionais, incluindo os residentes de cirurgia geral. Importante registrar que os escores individuais variam, podendo ser importantes fatores individuais a serem considerados num processo de treinamento da inteligência visual. Dessa forma, é possível desenvolver um processo de aprendizagem, relacionado à inteligência emocional, baseado, essencialmente, nas fraquezas observadas enquanto enfatizando o conhecimento médico individual e o desenvolvimento das habilidades.

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