ACEITANDO FICÇÕES E DESACREDITANDO DA REALIDADE

ACEITANDO FICÇÕES E DESACREDITANDO DA REALIDADE

 

Fatos não desejados são mantidos à distância ou substituídos pelas ficções politicamente corretas sobre a natureza e origem das diferenças humanas. Cinco dessas ficções são especialmente importantes, pois todas são resolutamente mantidas ou confessamente creditadas pela maioria dos cientistas sociais e pelos fazedores de políticas públicas.

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A primeira delas é o dogma do igualitarismo ou ficção da equidade. Este dogma sustenta que diferentes grupos, ou nações, demográficos não diferem significativamente em importantes habilidades e atitudes: isto é, quaisquer que sejam seus níveis atuais de desempenho, todos os grupos ou nações são equipotenciais, tanto agora quanto no futuro. Os críticos ao mesmo tempo argumentam que seria sem significado, e desmoralizante, advogar uma opinião diferente. Na verdade, os crentes dessa ficção vão além da crença, pois na prática todas as suas políticas públicas são implementadas supondo-na uma realidade verdadeira. Ademais, compartilham da premissa de que todas as desigualdades, quaisquer que sejam elas, sociais, educacionais, econômicas e de saúde, você pode nomear outras, são produtos ou causadas, exclusivamente, por fatores ambientais. A diversidade humana, traduzida pelo construto da inteligência, nunca é usada como um fator explanatório e explicativo das desigualdades. Inteligência é sempre banida, e mesmo omitida, nas diferentes arenas das discussões político-econômicas.

 

A segunda ficção é a teoria dos efeitos da família. Esta falsa teoria sustenta que diferenças na competência cognitiva e no desempenho educacional podem ser traçadas nas diferenças referentes às vantagens familiares. Muitos esforços para equiparar o desempenho educacional, portanto, tentam fornecer a todos os estudantes recursos comparáveis àqueles das famílias de classe média, variando desde o tipo de instrução, cursos avançados de recolocação profissional e recursos financeiros para alimentação, papéis-modelo e aspirações. Similar à ficção da equidade, a teoria dos efeitos da família concentra nossa atenção nas influências externas, aparentemente assumindo que a maioria das pessoas são passivas, todas podendo ser moldadas pelas circunstâncias. Diferenças nas habilidades cognitivas podem, de fato, serem traçadas, parcialmente, nas diferenças do ambiente. Portanto, tal como a primeira, a diversidade humana, ou seja, as diferenças no QI, não determinam as desigualdades e ou sucesso nas diferentes arenas da vida. Naturalmente, tudo depende do ambiente familiar e nada mais.

 

A terceira, é conhecida como a teoria da aprendizagem passiva. Esta falsa suposição é que a habilidade intelectual é a soma total das exposições às oportunidades para aprender. Isto é, quanto maior a exposição de alguém a informação relevante e boa instrução, tanto mais o indivíduo conhecerá quanto mais brilhante será. Esta teoria suporta que equiparar as oportunidades do estudante para aprender, consequentemente, equiparará sua aprendizagem. Essa teoria de aprendizagem passiva é falsa visto que algumas pessoas “capturam” idéias ou “resolvem problemas” mais rapidamente que outras (elas extraem mais de cada oportunidade), sendo lentidão e rapidez de cada aprendiz permanecendo, usualmente, ao longo de toda a sua carreira e vida adulta. Quando estudantes são livres para aprender em seu próprio ritmo, os estudantes mais brilhantes aprendem, no mínimo, cinco vezes mais rápido que aqueles mais lentos. Em outras palavras, isto é o que inteligência mais alta significa. A teoria, obviamente, é falsa porque as pessoas não são aprendizes passivos. Mas, sim, buscam informação e selecionam diferentes oportunidades para aprenderem quando lhes dada uma escolha.

 

A quarta ficção é o dogma da classe social. Tem sido constatado, ao longo de várias décadas, que nossas melhores universidades estão excluindo injustamente pessoas de segmentos sociais mais baixos e privilegiando aqueles de classes sociais mais altas. Evidência suportando essa alegação de injustiça sistemática nunca tem sido apresentada, não obstante a acusação tem sido usada como combustão para uma “agenda populista”, “guerra de classes”. Na mesma linha, tem sido argumentado que os resultados escolásticos mais elevados como, por exemplo, no ENEM 2015, são exclusivamente produtos de níveis socioeconômicos mais elevados e provenientes de lares financeiramente mais afluentes. Contudo, em todos esses debates, seja na mídia escrita ou falada, ou, até mesmo, nos debates acadêmicos, um simples e vital fato tem sido omitido: classes sociais mais elevadas têm significativamente um QI, em média, mais elevado do que aqueles das classes sociais mais baixas. O que não significa, entretanto, que estudantes de classes menos afluentes não possam ser bem sucedidos em carreiras variadas, muitas das quais lhe possibilitando moderada remuneração e pleno bem estar sócio material.

          A quinta e última ficção refere-se ao fato de habilidade cognitiva ou inteligência ter pouca, ou nenhuma, utilidade ao menos fora das escolas. Muito poucos, mas ainda muitos, cientistas sociais mantém credo nesta quinta ficção e frequentemente adicionam que vantagens e desvantagens da alta e baixa inteligência são, na maioria das vezes, socialmente construídas para servir ao interesse dos privilegiados. Ademais, sustentam agressivamente que os testes de QI são simplesmente uma ferramenta criada pelas classes superiores para manter e justificar seus privilégios. Na realidade, as opiniões brilhantes desses críticos fazem os mesmos viverem confortavelmente com suas ficções e mentiras benevolentes, mas é certo que indivíduos com QIs mais baixos devem viver diariamente com as conseqüências de suas habilidades de raciocínio e de aprendizagem mais fracas. Eles não entendem que as tarefas cotidianas, cada vez mais complexas nas sociedades modernas, requisitam indivíduos com QI mais elevado, nem, tampouco, que muitas tarefas, por mais simples que sejam, criam obstáculos ao bem estar de outros cognitivamente menos agraciados. Igualdade de oportunidades não significa igualdade de resultados. Alguns aproveitam mais as oportunidades que lhes surgem do que outros. A vida, em suas diferentes arenas, é uma grande bateria de testes. A minha, após 60 anos de vida, o tem sido. Mas nem sempre há uma segunda chance.

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