Capital cognitivo: QI nacional e indicadores econômicos

Capital cognitivo: QI nacional e indicadores econômicos

            No mundo atual, enormes são as diferenças encontradas nas estruturas econômicas, sociais e políticas entre países, bem como, em muitos traços culturais. Diferenças similares também sendo observáveis entre grupos étnicos, raciais e religiosos ainda que vivam num mesmo país. De acordo com uma abordagem reducionista, muitas dessas diferenças resultam das diferenças nos traços de personalidade e nas habilidades cognitivas entre grupos humanos. Nos últimos anos, pesquisadores deste campo têm compilado QIs de mais de 185 nações com população acima de 50 mil e para 192 nações mundiais com populações acima de 40 mil habitantes, compilações estas reveladoras sobre o fato de QIs nacionais serem significativa, e substancialmente, correlacionados com uma ampla variedade de fenômenos, tais como, desempenho educacional, renda per capita, taxa de crescimento econômico, taxa de criminalidade e indicadores institucionais, demográficos, sociológicos e de saúde.

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            Por adição, tem sido demonstrado significativamente que QI nacional é intimamente relacionado com os resultados das avaliações internacionais dos estudantes (PISA, por exemplo) em matemática, ciência e outras disciplinas. As correlações registradas dos escores escolares médios com o QI sendo tão altas quanto 0,92, o que sugere serem o QI e as avaliações escolásticas indicadores alternativos para inteligência média num país. Em termos econômicos, ambos sendo medidas do capital humano, ainda que diferentes campos profissionais empreguem, por uma razão ou outra, termos diferentes ainda que intimamente relacionados. Um exemplo? Economistas utilizam o conceito de capital humano para incluírem desempenho cognitivo; Educadores, os de letramento e numeramento para indicar taxas de aquisição escolástica; Psicólogos, em especial psicometristas e cognitivistas, focalizam o conceito de inteligência.

            Entretanto, as diferenças são muito mais estéticas do que de substância, pois a mensuração das habilidades cognitivas nessas diversas tradições de pesquisa é baseada em tarefas mentais que possam ser resolvidas com pensamento e várias quantidades de conhecimento específico, bem como, com conteúdo baseado no currículo dentro das diferentes abordagens. Assim considerando, estudiosos têm testado a hipótese de que diferenças na riqueza e pobreza das nações são causalmente relacionadas às diferenças nos QIs nacionais. Considerando um conjunto de 185 nações, dados têm revelado que QIs nacionais correlacionam-se positiva e significativamente com a renda per capita média dessas nações obtidas ao longo de períodos tão extensos quanto o de 1820 a 1999. As correlações ao longo desses períodos são moderadamente fortes, variando de 0,45 a 0,73, suportando a hipótese de que a inteligência média geral da população fornece um fator explicativo poderoso para as diferenças na riqueza e pobreza das nações, além de base sólida para avaliar prospectos de crescimento econômico em países isolados.

            Além dos indicadores econômicos, pesquisas também têm indicado que QI correlaciona-se de forma elevada com outras medidas das disparidades globais das nações, tais como taxa de alfabetismo adulto, a razão de matrículas no ensino superior, expectativa de vida no nascimento, taxa de mortalidade infantil, taxa de mortalidade maternal e, até mesmo, um índice de democratização de cada nação. De fato, para um grupo total de 192 países, as correlações entre o QI nacional e diversos componentes da qualidade das condições humanas variaram de 0,53 a 0,76. Novamente, observa-se que as correlações moderadas e fortes entre indicadores da qualidade humana e indicadores nacionais sustentam fortemente a hipótese de que países com QIs nacionais mais elevados mostram ter melhores condições humanas quando comparados a países com QIs nacionais menores.

            Em resumo, as conseqüências sociais das diferenças de inteligência nacional, refletidas nas condições humanas, são enormes. De acordo com estudos similares, aproximadamente todos esses tipos de medidas são moderada ou fortemente correlacionadas aos QIs nacionais, indicando que este último constitui o fator causal mais importante nessas relações.

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