
Como você pensa a sua inteligência?
Os indivíduos diferem em sua concepção sobre a maleabilidade da inteligência. Alguns acreditam que sua inteligência é imutável e que nada podem fazer para mudá-la. Em contraste, outros entendem que sua inteligência pode ser melhorada por meio de esforços. Estas suposições têm sido denominadas teorias implícitas da inteligência e tais diferenças individuais têm sido associadas a diferentes resultados educacionais, tais como, estratégias de aprendizagem, orientações para objetivos, esforços na escola, tempo dispendido para estudar, autoregulação e desempenho acadêmico, entre outros.
Todavia, a relação entre as teorias implícitas da inteligência com indicadores de bem-estar e ajustamento não têm sido, frequentemente, examinadas. Para preencher esta lacuna, um estudo, no prelo, no periódico Personality and Individual Differences (2012) examinou esta relação. Os participantes foram divididos em 2 grupos: aqueles que pensam que as pessoas têm uma certa quantidade de inteligência, não podendo realmente mudá-la, e outro daqueles que pensam, independente de quem você seja, você pode mudar muito a sua inteligência.
Os indicadores de bem estar subjetivo e ajustamento envolveram auto-estima pessoal, auto-estima coletiva, relações harmoniosas, afeto positivo, afeto negativo, engajamento emocional e desafeto emocional. Também, uma média geral no desempenho educacional envolvendo linguagem, matemática, inglês, estudos sociais e ciências foi considerada como um indicador acadêmico.
As análises estatísticas revelaram que correlações bivariadas (entre duas variáveis) indicaram que os escores dos indivíduos que acreditam que a inteligência não é maleável foram negativamente correlacionadas com auto-estima pessoal, auto-estima coletiva, relações harmoniosas e desempenho acadêmico e, positivamente, com afeto negativo e emoções negativas na escola. Por outro lado, os escores daqueles participantes que acreditam que a inteligência pode ser enriquecida foram positivamente correlacionados com autoestima pessoal, autoestima coletiva, relações harmoniosas, afeto positivo, emoções positivas e desempenho acadêmico. Também houve correlações negativas com afeto negativo e emoções negativas na escola. Em conjunto, estes resultados mostraram que os escores dos participantes que acreditam na melhoria da inteligência foram positivamente relacionados aos indicadores de ajustamento e bem-estar enquanto o padrão oposto foi encontrado para os escores dos participantes que acreditam que sua inteligência não pode ser modificada.
Em outras palavras, inteligência concebida como imutável foi associada a resultados mal adaptativos e inteligência entendida como maleável foi correlacionada com resultados adaptativos.