
Correlatos Fisiológicos da Inteligência
Se os testes que medem a inteligência refletem alguns importantes aspectos da atividade do sistema nervoso (como sugerido pelos estudos sobre genética do comportamento, tempo de inspeção e tempo de reação), mais do que uma descrição meramente conveniente da maneira pela qual nos comportamos, então esperamos encontrar algumas conexões entre os escores dos testes de inteligência e as várias medidas fisiológicas das estruturas e da atividade cerebrais.
Do ponto de vista da estrutura do cérebro, há tempos tem havido um intenso debate se o tamanho do cérebro (no passado, o tamanho da cabeça) está relacionado à inteligência, mas com o surgimento das técnicas de imageamento cerebral esta temática parece ter sido resolvida. Há agora boas evidências de que inteligência é positivamente correlacionada com tamanho do cérebro, com algumas metanálises concluindo que a correlação varia entre 0,33 a 0,40. O volume das áreas frontal e temporal é, particularmente, importante, e mudanças no desempenho cognitivo (por ex.: devido ao envelhecimento) são também correlacionadas com alterações no tamanho do cérebro. Talvez, quanto mais neurônios o cérebro de uma pessoa contêm, mais inteligente ela é?
Alguns estudiosos concebem que se pode facilmente assumir que haja uma simples relação causal entre volume cerebral e cognição, e que outras variáveis podem mediar esta relação. Indivíduos com cérebros maiores tendem ter níveis de inteligência acima da média na habilidade geral e mais especificamente a espessura do córtex está relacionada à inteligência geral.
Por outro lado, a inteligência geral pode também ser determinada pelas diferenças individuais na maneira com que os sistemas neuronais são edificados e como eles operam. É possível que indivíduos com alta-habilidade tenham desenvolvido redes neurais altamente eficientes para desempenhar tarefas cognitivas, enquanto outros serem mais propensos à erros maiores ou serem mais lentos em suas redes neurais para alcançarem o mesmo fim.
Há duas maneiras de determinar como a inteligência geral está relacionada à função cerebral. É agora possível determinar quais partes do cérebro são ativos quando um indivíduo está desempenhando tarefas cognitivas. As células cerebrais metabolizam glicose; quanto mais atividade neural que é requerida em certa localização no cérebro, tanto mais glicose é metabolizada lá. A segunda abordagem envolve como o cérebro e o sistema nervoso geram sinais elétricos quando em repouso, ou processando informação.
Dados têm revelado que há substanciais diferenças individuais na extensão em que os indivíduos metabolizam glicose enquanto solucionando tarefas de raciocínio abstrato e há várias correlações negativas elevadas (na ordem de -0,7 a -0,8) entre a quantidade de glicose metabolizada e inteligência geral. Pessoas com alto níveis de inteligência geral parecem ter cérebros que são mais eficientes, em que eles usam menos glicose quando solucionando problemas do que aqueles com baixa inteligência.
Também, dados têm mostrado que os lóbulos frontais do cérebro são particularmente ativos quando as pessoas completam testes de inteligência e as áreas precisas que estão envolvidas nos vários tipos de raciocínio estão atualmente sendo exploradas com mais detalhes. Assim, parece que a substância (massa) branca, em seres humanos vivos (monitora a integridade, a medida de quão eficientemente a informação se move) é amplamente similar em todas as áreas do cérebro de um indivíduo, e diferenças individuais nesta medida fisiológica correlacionada aproximadamente 0,3 com a inteligência geral.
A evidência dos estudos fisiológicos mostra que vários aspectos da estrutura e funcionamento corticais são relacionados à inteligência. Parece que, particularmente, camadas de substância cinza no lóbulo frontal estão relacionadas aos níveis mais elevados de inteligência geral, com os mesmos genes que influenciam a inteligência geral também influenciando essas diferenças individuais na estrutura cerebral.