Declínio cognitivo em hipertensos

Declínio cognitivo em hipertensos

Postado em 17 de Abril de 2014 às 09:04 na categoria Cognição e envelhecimento

            Declínio cognitivo torna-se mais comum com o envelhecimento e, para um crescente número de pessoas, interfere para o bom funcionamento diário e bem-estar. Vários fatores de risco cardiovasculares, incluindo hipertensão, dislipidemia, cigarro e obesidade, têm sido propostos como importantes para tal declínio. Todavia, poucos são os estudos que têm categoricamente demonstrado a relação entre o funcionamento cognitivo e hipertensão, bem como, funcionamento cognitivo e colesterol. Especialmente, em adultos com 50 anos ou mais.

            Um estudo, publicado na revista Age end Ageing (2012), tomou 8780 participantes, com idade média de, aproximadamente, 67 anos, os quais se submeteram a testes padronizados de funcionamento executivo, mnemônico e de cognição global. Os escores destes testes foram associados com fatores de risco cardiovasculares, obtidos em avaliações de 4 e 8 anos depois da linha de base. Também foram mensurados o índice de massa corporal e comportamento de fumar. No primeiro, os participantes foram agrupados em 3 categorias, a saber, normal, sobrepeso e obeso, divididos em fumantes e não fumantes.

            Em relação aos resultados, foram observados uma associação consistente entre fumar e baixos escores da função executiva, memória específica e cognitivo global nos acompanhamentos de 4 e 8 anos. Com respeito à associação entre pressão sanguínea com funcionamento cognitivo, os resultados implicaram que tanto a idade quanto a duração dos níveis de pressão alta foram, a longo prazo, prejudiciais ao desempenho cognitivo. Também, um efeito cumulativo parece, provavelmente, ocorrer, pois participantes com alta pressão sistólica (maior que 160 mmHg) foram de maior risco de apresentarem escores cognitivos menores, oito anos depois, comparados com aqueles com valores de pressão sistólica menor (menor que 140 mmHg).

            Globalmente, participantes com escores de risco mais elevados tiveram valores de cognição global mais rebaixados, bem como, escores nas funções executivas e mnemônicas, após seguimento de quatro anos, quando comparados com aqueles com pontuações menores. Também, e de modo significativo, fumar foi consistentemente associado com menor desempenho em todas as três medidas cognitivas: executiva, mnemônica e cognitiva.

            Assim considerando, fatores cardiovasculares elevados podem estar associados com declínio acelerado no funcionamento cognitivo em idosos. Ademais, a relação específica entre pressão sanguínea com funcionamento cognitivo parece ser dependente do tempo, suportando um possível efeito duração-resposta.

            Em outras palavras, quanto mais idoso, maior o peso da hipertensão no declínio cognitivo.

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