
Definições práticas de inteligência em geral
O conceito de inteligência, não incorporando traços pessoais, nem circunstâncias importantes na vida das pessoas, refere-se especificamente a uma habilidade mental. Neste contexto, três definições práticas apresentam-se como lumiares a esclarecer melhor o que significa inteligência no cotidiano, a saber: habilidade para lidar com a complexidade, bem como, para aprender e para evitar erros cognitivos comuns.
Em Inteligência como habilidade para lidar com a complexidade, a quantidade de manipulação mental que as tarefas requerem, tais como, contrastar, abstrair, inferir, encontrar similaridades e diferenças salientes, e qualquer outra coisa que faça a mente de alguém “funcionar” para realizar uma dada tarefa mental, é o ingrediente ativo nos testes que revelam inteligência. As pessoas que escoram mais alto em testes de QI são aquelas que lidam muito melhor com a complexidade e, portanto, são mais hábeis em entender e efetivamente resolver desafios mentais mais complexos.
Em Inteligência como a habilidade para aprender, processar, suficientemente bem, uma nova informação para melhor entendê-la, relembrá-la e efetivamente usá-la, ocorre, comumente, nos contextos da educação e do treinamento. É, na prática, desde aprender a usar um novo equipamento (por exemplo, um forno de micro-ondas) até aprender os sutis sentimentos e as emoções de um amigo ou da pessoa amada. Nela, o nível do QI correlaciona-se com a velocidade, a amplitude e a profundidade da aprendizagem, bem como, quando ela é intencional (demanda esforço mental consciente), envolve discernimento (requer captura), quando é relacionada à idade, (crianças mais velhas dominando um material mais facilmente que outras, mais jovens, porque são mentalmente mais maduras) e quando o material a ser aprendido é significativo e hierárquico (domínio de elementos básicos para aprender outros, mais complexos, como ocorre em matemática).
Cumpre lembrar, aqui, que a aprendizagem está também envolvida com o nível de inteligência em geral quando a tarefa de aprendizagem permite usar o conhecimento anterior para solucionar novos problemas. Neste caso, a quantidade de tempo é fixada e o material a ser aprendido não é, razoavelmente, difícil ou complexo (o que poderia motivar alguém a retornar à aprendizagem por ensaio e erro).
Finalmente, em Inteligência como a habilidade para evitar erros cognitivos comuns, inteligência retoma a noção de que todas as pessoas cometem erros cognitivos, mas aquelas pessoas mais brilhantes cometem pouco deles em situações comparáveis, uma vez que aprendem de forma mais rápida e completa, cometendo poucos erros de julgamentos em situações novas e inesperadas. Hábeis para ver adiante, avaliar as prováveis consequências de diferentes ações e eventos, apontar imediatamente incongruências e problemas, decompor mais informações em suas tomadas de decisões e para perceber outras formas alternativas para atuar, pontuam inteligência como a habilidade para evitar cometimento de erros grosseiros de julgamento e de acumular um recorde prejudicial deles.
Essas três definições práticas e cotidianas da inteligência fornecem, de modo geral, um sentido intuitivo do que significa ser mais versus ser menos inteligente. Estudiosos do assunto, entretanto, procuram entender as diferenças em inteligência em seu sentido mais fundamental, abaixo da superfície das observações cotidianas, adotando uma nova definição funcional de inteligência.