
Diferenças de desempenho em matemática
Nas
últimas três décadas, têm sido amplamente discutida as diferenças na habilidade
matemática entre homens e mulheres, particularmente, a maior representação
masculina na extremidade superior desta habilidade. Estudiosos que focalizam a
pontuação média do desempenho em matemática advogam similaridade entre homens e
mulheres. Por outro lado, aqueles que focalizam a razão homem/mulher, nos
escores extremamente elevados, enfatizam diferenças entre gênero masculino e
feminino.
Estudo recente analisou estas
diferenças ao longo de trinta anos, envolvendo, quase, dois milhões de
estudantes da sétima série, pelo período de trinta anos (1981-2010),
posicionados na extremidade superior, ou seja, no topo 5% na habilidade em
matemática. Além disso, medidas do desempenho nas habilidades verbal, escrita e
raciocínio científico também foram obtidas no mesmo período. Os dados mostraram
que as razões entre homens e mulheres, no raciocínio matemático, são, substancialmente,
menores que aquelas obtidas 30 anos atrás, mas tem sido estável, ao longo dos últimos
vinte anos e, ainda, favorecem os homens.
De 1981-1985, as razões
homem/mulher, nos níveis = 500, =600 e =700 foram 2,61 para 1, 5,82 para 1 e
13,05 para 1, respectivamente. De 1986 até o presente, as razões declinaram em
vários níveis e períodos de tempo. Por exemplo, a razão dos estudantes
pontuando =700 (topo 0,01%) tem permanecido, relativamente, estável, para as
duas últimas décadas, em, aproximadamente, 4 para 1, mas, nos últimos cinco
anos, esta razão tem sido de 3,83 para 1. Do mesmo modo, nas últimas duas décadas,
os homens mostraram um leve e, relativamente, estável, aumento na pontuação em
raciocínio científico em relação às mulheres. Quando se considere o escore máximo,
nestes testes de raciocínio científico, há 18 homens para apenas 1 mulher.
Todavia, mais mulheres pontuaram na extremidade superior dos testes de
habilidades, de escrita e raciocínio verbal. A razão favorecendo as mulheres
situa-se entre 1,2 a 1,6 para 1, ao longo dos trinta anos.
Um aspecto importante dos dados é
que as grandes diferenças entre homens e mulheres em raciocínio matemático e
científico começam a aparecer na extremidade superior mais elevada. Isto é, no
topo 1% das habilidades. Porém, se estes dois tipos de raciocínio são
requeridos para ter sucesso nas carreiras científicas e tecnológicas, esta é
uma questão empírica aberta para futuras discussões. Não obstante, a
sub-representação das mulheres em matemática, engenharia e tecnologia científica
tem importantes implicações nos contextos das habilidades cognitivas e, talvez,
no progresso tecnológico da nação. Ademais, se fatores sócio-culturais têm
papel nessas diferenças, os mesmos merecem ser estudados mais profundamente.