Distribuição de renda e felicidade

Distribuição de renda e felicidade

            Estudos acerca do QI têm revelado três achados fundamentais: (1º) QI é considerado estável ao longo da vida, (2º) Há uma alta correlação entre QIs verbal e não-verbal, indicando uma inteligência geral (g) e (3º) A inteligência geral “g”, mensurada no início da vida, é um dos grandes preditores de resultados educacionais, ocupacionais, econômicos e de saúde, avaliados em anos posteriores.

            Não obstante, há consideráveis variações individuais não explicadas pelos testes de inteligência ou pelos erros de mensuração. Estudo divulgado pela Nature verificou se a variação no QI dos adolescentes, ao longo do tempo, correlacionar-se-ia com mudanças na estrutura cerebral. Em caso afirmativo, tal correlação serviria de validade de construto para aumento ou diminuição de QI nos anos de adolescência. Por que? Pelo fato de, se mudanças de QI correspondem a mudanças estruturais no cérebro, então, tais mudanças são improváveis de representar erros de mensuração nos testes de QI. Além disso, se habilidades verbais e não-verbais mudam em indivíduos, os marcadores neurais, para mudanças de QI verbal e não-verbal, poderiam, em princípio, ser dissociados. Isto torna difícil ser decomposto, uma vez que desempenhos em testes verbais e não-verbais são altamente correlacionados nos indivíduos, tornando complexo identificar estruturas cerebrais correspondentes a cada tipo de QI.

            O estudo envolveu 33 jovens britânicos saudáveis, cujos QIs variaram entre 80 e 140. Primeiramente, eles foram testados em 2004 (momento 1), quando tinham doze – dezesseis anos. O teste foi repetido em 2008 (momento 2), quando estes mesmos jovens estavam com quinze – vinte anos de idade. Durante os anos intervenientes, não houve avaliação da inteligência, nem eles tinham conhecimento de que seriam novamente convidados para uma posterior testagem. Em ambos os momentos, cada participante, por meio do imageamento por ressonância magnética (MRI) e tiveram seus QIs mensurados usando a escala de inteligência infantil, no momento 1, e a escala de inteligência de adultos, no momento 2.

            Imageamentos estrutural e funcional mostraram que o QI verbal mudou com a substância cinzenta numa região ativada pela fala, enquanto QI não-verbal mudou com substância cinzenta numa região ativada pelos movimentos das mãos. Tais resultados dissociam marcadores neurais para os dois tipos de QI, mostrando que habilidades verbal e não-verbal estão intimamente conectadas às habilidades sensório-motoras envolvidas na aprendizagem.

            Globalmente, os resultados enfatizam a possibilidade de que a capacidade intelectual de um indivíduo, comparada à de seus pares, pode diminuir ou aumentar em até 20 pontos nos anos da adolescência. Tais dados seriam encorajadores para aqueles cuja inteligência possa melhorar, bem como, perigosos para prodígios incapazes de manter seu potencial.

 

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