A educação e seus inimigos: melhorando as escolas

A educação e seus inimigos: melhorando as escolas

          Podem as escolas ser melhoradas para produzirem elevação na inteligência? Em caso afirmativo, como isso pode ser feito? Particularmente importante no cenário educacional brasileiro, no qual inúmeros são os que não sabem ler, nem fazer contas, orientar recursos financeiros para o alcance de metas em eficiência escolar parece, para a maioria dos dirigentes e educadores, fundamental.  Mas, neste caso, dinheiro importa? Há evidências surpreendentes de que a quantidade de dinheiro gasto nas escolas não está estreitamente relacionada à sua eficiência. A quantidade de dinheiro gasto nas escolas não tem qualquer efeito por si só sobre a educação. Vejam, não estou falando que investimentos em infra-estrutura física e material não importam. Estamos falando do desempenho acadêmico. Nada mais.

          E o tamanho da classe, importa? Seriam as classes menores, melhores?  Aqui há conflitos de evidências. Alguns dados revelam que o tamanho das classes faz pouca diferença no desempenho dos estudantes. Outros, indicam que classes com 20 alunos ou menos, têm desempenho melhor, com este ganho dependendo do assunto estudado e do tamanho da classe. Mas, uma coisa parece certa: os efeitos de classes menores são mais elevados para escolares menos afluentes do que para classes com alunos mais afluentes financeiramente. Em adição, treinar constantemente os professores, recompensando os melhores, bem como, abrindo mão dos ruins, auxiliaria a escola a alcançar melhores resultados no desempenho de seus alunos, bem como, redirecionaria docentes desqualificados, ou desatualizados, a buscarem complementação profissional.

            Do mesmo modo, utilizar tecnologias instrucionais específicas, especialmente no treinamento para matemática, ciência, processamento de palavras e ensino da escrita, são ações que atuam, significativamente, no aprendizado do aluno. Programas de tutoramento computadorizado, por exemplo, resultaram em atitudes mais favoráveis em direção ao campo da ciência sendo ensinado. Dentre estas, as mais substanciais originam-se dos programas conhecidos como aprendizagem cooperativa, ou seja, às técnicas de aulas onde estudantes trabalham juntos em pequenos grupos, ajudando uns aos outros a aprenderem uma dada matéria. Podendo ser aplicada a qualquer assunto, e usada em qualquer série escolar, tais técnicas revelaram ganhos substanciais nos escores de desempenho. Outra técnica, conhecida como díade estruturada, na qual um estudante é tutor e outro é tutorado, e vice-versa, também tem melhorado desempenhos acadêmicos. É importante ter em mente, todavia, que instruções são mais eficazes para alguns estudantes do que para outros.

            Finalmente, enriquecer o currículo com técnicas voltadas à solução de problemas, à descoberta de conceitos básicos de classificação, à formulação de hipóteses, à realização de analogias, ao estabelecimento de proposições, entre outros, é lhes permitir entender de princípios de lógica, bem como, de construção de argumentos complexos, os quais lhes permitirão aprender a negociar resultados desejados a despeito de todas as probabilidades, em relação ao mesmo, serem negativas. Tais técnicas, aos lhes permitir avaliar a credibilidade e relevância de dados, e situações, revelarão grandes mudanças em suas habilidades para solucionar problemas.

            A compreensão da linguagem, bem como, das representações espaciais, tomadas de decisões e pensamento inventivo requerem, é certo, esforço cada vez maior para serem melhor dominadas e manuseadas. Mas, com dedicação e empenho, conferem ganhos substanciais aos alunos. Em resumo, se inteligência é sinônimo de habilidade de solução de problemas, técnicas de promoção cognitiva, tais como as acima citadas, podem ter grande efeito na elevação do QI.

 

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