
Estilos de vida e declínio cognitivo
Postado em 17 de Abril de 2014 às 10:04 na categoria Cognição e envelheciment
Com o aumento da população de idosos, o número de afetados pelo estilo cognitivo e demência está, continuamente, elevando-se, causando, com isso, grande impacto na saúde pública dos indivíduos e governos ao redor do mundo. Não obstante este impacto, e grandes progressos no entendimento da neurobiologia da incapacidade cognitiva e demência, não há, ainda, um claro determinante, nem modelos causais completos, que expliquem os riscos para esta condição. Mas, evidências existem, sugerindo que certos comportamentos, envolvidos em diferentes estilos de vida, particularmente de fumar, sedentarismo e escolhas dietéticas pobres, predizem declínios cognitivos mais rápidos e riscos mais elevados de demência, enquanto atividades físicas, mentais e de lazer social são consideradas mais protetoras.
Para examinar, em indivíduos com 36 e 43 anos, a associação entre fumo, atividade física e dieta (com mudanças em seus respectivos estilos de vida) e declínio na memória verbal e velocidade na busca visual entre 43 e 60-64 anos, um estudo utilizou 1018 participantes de uma grande amostra de britânicos. As atividades físicas foram avaliadas a partir de entrevistas nas residências dos participantes, bem como, os estilos de vida foram extraídos de questionários aplicados nas idades de 36 e 43 anos
Os resultados mostraram que, atividades físicas e escolha dietética saudável foram associadas, respectivamente, com um declínio menor na função mnemônica e na velocidade de busca visual, ao longo de 20 anos, com evidência de que o aumento da atividade física foi importante. Em outras palavras, os resultados fundamentais encontrados revelaram que uma escolha dietética saudável foi consistentemente associada com menor declínio na memória, e que consistentemente alta, ou aumentando-se, a atividade física no início da maturidade a esta foi associada com menor declínio na velocidade de busca visual, independente de qualquer outro estilo de vida e classe social de origem, bem como, independente da cognição na adolescência, aquisição educacional, classe social e sintomas de ansiedade e depressão.
Em conjunto, os dados revelam que a adoção de estilos de vida saudáveis, desde o início da maturidade, beneficiam tanto na redução da taxa de declínio cognitivo, quanto no risco iminente de demência. Vários são os mecanismos biológicos plausíveis de explicarem essas associações os quais reduzem o risco cardiovascular, aumentam a perfusão cerebral e facilitam a neurogênese, contrastando com o fluxo sanguíneo prejudicado no cérebro, que é um fator de risco para subsequente incapacidade cognitiva e demência.
Portanto, praticar atividade física e escolher uma dieta saudável protegem de diferentes aspectos do envelhecimento cognitivo.