
A flor ausente nos jardins da universidade: a inteligência emocional
É
a Academia universo no qual imperam diversidades e diferenças individuais. Grande
organização social que é, nela convivem pessoas de diferentes características,
personalidades e níveis de habilidades geral e específicas. Introvertidas e
extrovertidas, conscienciosas e com variados graus de inteligência cristalizada
e fluída, uma vez com elevada inteligência fluída, processam rapidamente
informação, lidando bem com a complexidade e, principalmente, inovando. Outras,
com elevada inteligência cristalizada, possuem conhecimento que, enciclopédico,
dominam variados cenários e áreas do saber. Unidas, alta inteligência fluída e
cristalizada são os valores agregados esperados em todos os acadêmicos que
navegam em seus quadrantes. Não obstante, ter um Ph.D., ou uma titularidade mais
alta, não é garantia de eficiência e eficácia na liderança acadêmica. E, por
conta disto, raramente, nos bancos da Academia, seus dirigentes aprendem que
liderança é, inerentemente, um fenômeno social.
A maioria de seus dirigentes, embora
tenham galgado diferentes posições de chefia, nas áreas administrativa,
acadêmica e científica, nunca tiveram quaisquer disciplinas que focassem
liderança como processo no qual um indivíduo influencia um grupo para alcançar
um objetivo comum. Desconhecendo que liderar é totalmente diferente de chefiar,
apenas administram, imitam e se rendem à situação imediata, enquanto, se
líderes, inovariam, seriam originais e procurariam agir nas situações,
inspirando e motivando seus liderados.
O verdadeiro líder não centraliza,
mas, sim, permite aos seus liderados gerarem soluções que acomodem múltiplos
componentes sociais, buscando resoluções para situações e dilemas sociais
conflitantes. Sua eficácia, portanto, define o quão bem ele implementa harmonia
emocional dentro desta complexa e dinâmica organização. Não lhe bastando,
apenas, inteligências fluída e cristalizada, otimiza a habilidade de perceber
emoções, entendendo e promovendo o crescimento intelectual e emocional dos que
o rodeiam. Hábeis nisso, sabem usar as emoções para compreender e motivar os
outros, engajando-os em atitudes visionárias, que ajudam no planejamento, nas
tomadas de decisão e na geração de múltiplas idéias.
Em assim o fazendo, entusiasmam e
motivam pessoas, grupos e a si próprios. E, é entendendo sentimentos complexos,
e suas variações, que o líder cria situações que enriquecem relações individuais
e grupais dentro das organizações. Entretanto, tal inteligência, pelo que se
observa, está faltando nos ambientes acadêmicos, uma vez que liderança é
processo que requer três grandes dimensões: habilidades técnica, conceitual e
humana. E a Academia deve entender que, quanto mais complexa for a organização,
menos habilidade técnica é requerida e mais a habilidade conceitual aumenta.
Mas, em qualquer nível, a habilidade em lidar com as emoções, com as pessoas,
se faz, sempre, necessária. Entretanto, infelizmente, nos jardins da Academia
está faltando ela...inteligência emocional. E a negligência dela está doendo em
mim.