
Gênios
Certamente,
muitos de nós, ao adentrarmos na pré-escola, ou escola, já folheamos aquelas
grandes enciclopédias histórico-geográficas, repletas de figuras, mapas e,
principalmente, de fotos de personagens que jamais vimos em nossa vida. E nos
perguntamos: por que estas fotos não são de nossos pais, amigos, e outros
conhecidos, e, menos ainda, conhecidos de muitos de nossos professores? A
resposta não é imediata. É preciso que o tempo passe para tomarmos conhecimento
de que tais faces foram de personagens que criaram algo que, substancialmente,
mudou o destino da Humanidade. Muitos foram cientistas, pintores, escultores,
líderes político-religiosos e afins conhecidos no mundo todo pelo que fizeram.
Mas... por que tão poucos?
Eu, gradualmente, ao longo de minha
vida estudantil, fui descobrindo o segredo. Fui aprendendo que muitos desses
personagens ocupavam muito espaço na história universal. O elemento comum que
os unia? A sua genialidade. Todavia, o que é um gênio? Neste tempo atual que
vivo, já moldado pelos estudos especializados da pós-graduação, posso,
imediatamente, identificar muitos gênios, facilmente nomeáveis: Bill Gates,
Nelson Mandela, Stephen Hawking, Stephen Spielberg, Paul McCartney, Meryl
Streep, Garry Kasparov,, Kobe Bryant, José Saramago, Machado de Assis e César
Lattes, entre outros. Os critérios que utilizei para identificá-los como
gênios? Tenho certeza de que você, seus amigos e os amigos de seus amigos
saberão dizê-los.
É difícil imaginar a história do
mundo civilizado sem a contribuição de gênios específicos. Na história
ocidental, por exemplo, o que seria da Grécia, sem Aristóteles e Alexandre, o
Grande? A Itália, sem Dante e Michelangelo? A Espanha, sem Cervantes e Goya? A
França, sem Descartes e Napoleão? A Alemanha, sem Goethe e Beethoven? A
Holanda, sem Rembrandt e Vermeer? A Inglaterra, sem Shakespeare e Newton? Os
Estados Unidos, sem Jefferson e Whitmam? A Rússia, sem Tólstoi e Lenin?
Portugal, sem Saramago e Fernando Pessoa? O Brasil, sem Santos Dumont e Pelé?
Cada uma dessas culturas, em
verdade, sofreria uma grande perda não apenas em prestígio e influência, mas,
sobretudo, no reconhecimento de sua própria identidade. A Literatura Inglesa,
sem os poemas e as peças teatrais de Shakespeare seria igual a uma Londres sem
sua torre, ou sem a Abadia de Westminster, sem a Catedral de Saint Paul e sem o
Big Ben. Ora, é imaginar o Brasil sem Pelé?
Não obstante, mais do que conceber o
impacto dos gênios em termos da herança cultural mundial, podemos contemplar
sua significância em relação à domínios particulares das realizações humanas.
Onde estaria a Filosofia sem Platão? A Matemática, sem Euclides? A Literatura,
sem Saramago? A Astronomia, sem Copérnicus? A Física, sem Einstein? A Química,
sem Lavoisier? A Biologia, sem Darwin? A Medicina, sem Pasteur? A Arte, sem
Picasso? A Tecnologia sem Edison? A Aviação, sem Santos Dumont? O Futebol, sem
Pelé?
Seria muito diferente, não?
Gênios fazem a diferença. Que tal,
então, procurarmos gênios, bem como talentos excepcionais, em diferentes
domínios, em nossos bancos escolares? Não tenho dúvida, e acho que jamais
terei, de que o futuro da nação está nas mãos dos gênios e talentosos.