Idosos percebem distância diferentemente?

Idosos percebem distância diferentemente?

        Numerosas pesquisas revelam que muitos aspectos da visão mudam com a idade. Por exemplo, declínios relacionados à idade, durante o processamento sensorial, incluindo acuidade visual e sensibilidade ao contraste em altas frequências espaciais e no campo de visão funcional. Também, no desempenho de tarefas perceptuais relacionadas à estrutura de movimento e detecção de colisões. Essas mudanças visuais, relacionadas à idade, podem ter um profundo efeito na mobilidade e na qualidade de vida geral de idosos.

            Com o propósito de examinar se há diferenças relacionadas à idade no julgamento de distâncias, pesquisadores, em genuíno trabalho publicado no periódico Psychology and Ageing (2012), investigaram a percepção de distância egocêntrica apresentando a observadores jovens e idosos cenas reais e questionando-os, individualmente, acerca da estimação da distância a um alvo na cena, que variava na distância física. Os participantes registraram seus julgamentos através de estimativas verbais (em m ou cm, ou ambos), puxando uma corda, sem visão da mesma. As distâncias físicas usadas foram 4, 6, 8, 10 e 12m, sob condições de observação monocular e binocular.

            Globalmente, os dados revelaram que: 1º) observadores jovens, em geral, subestimaram as distâncias egocêntricas, indicando um encurtamento entre eles e as distâncias-alvo; 2º) Os observadores idosos mais superestimaram as distâncias egocêntricas do que os jovens, não mostrando frequente encurtamento da distância entre eles e o alvo; e 3º) estas diferenças relacionadas à idade assim não o foram devido ao escalonamento, nem a um processo de calibração imediato obtido antes do experimento, bem como, do uso da informação referente à altura dos olhos ou do gradiente de textura disponível na cena visual.

            Importa enfatizar que não houve diferenças nas condições monocular e binocular tanto em jovens quanto em idosos.

            Assim considerando, tais resultados indicam que nem todos os aspectos da visão declinam ou permanecem constantes com o envelhecimento. Realmente, o desempenho, em algumas tarefas visuais, tais como, distância egocêntrica, melhora com a idade. Essa melhoria no desempenho, para observadores idosos, pode servir como função importante para a saúde e bem-estar destes. Distância egocêntrica é, provavelmente, importante nas tarefas motoras, tais como, caminhar ou subir escadas. Portanto, uma habilidade enriquecida, para julgar distância, pode diminuir a probabilidade de uma queda quando movendo-se no mundo.

            Nem sempre envelhecer significa perda ou declínio.

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