Imageamento da dislexia

Imageamento da dislexia

       Aprender a ler é uma das habilidades fundamentais que as crianças adquirem no início da alfabetização porque habilidade de leitura é essencial para acessar o vasto currículo educacional. Muitas dessas crianças, nas primeiras séries, são registradas como tendo dislexia evolutiva. Porém, a definição de dislexia é um tema controverso, suscitando discussões teóricas, educacionais e clínicas. Por exemplo, entender dislexia como um desempenho de leitura abaixo do que seria esperado dado o QI (Quociente Intelectual) de um indivíduo, tem sido crucial para considerá-la como uma dificuldade de aprendizagem específica. Nos Estados Unidos, embora haja legislação educacional específica que impeça escolas usarem testes de QI para identificar indivíduos com dificuldades de aprendizagem, a maioria delas e, também, os psicólogos escolares ainda baseiam-se na discrepância entre o desempenho de leitura e o escore de QI para definirem dislexia.

     Tomando este critério, entende-se que na presença de uma intacta habilidade intelectual geral, dificuldades de leitura podem surgir de diferentes causas requerendo formas de tratamento diferentes daquelas dificuldades acompanhadas por baixa habilidade intelectual. Outros estudos sugerem que o déficit fonológico subjacente é similar em pobres leitores discrepantes (baixa pontuação em leitura e alto QI) e nos não-discrepantes (baixa pontuação em leitura e baixo QI). Na realidade, achados sugerem que as bases cerebrais subjacentes ao fracasso de leitura são similares em todas as crianças com baixos escores nesta, sejam, ou não, tais escores discrepantes das pontuações da capacidade intelectual mensurada por testes de QI. Mas, como decompor este problema?

     Para resolver esta questão, pesquisadores usaram a técnica de ressonância magnética funcional (fMRI, na sigla em inglês) para examinarem se as atividades cerebrais que ocorrem durante o processamento fonológico característico da dislexia seriam similares, ou não, entre crianças com pobre habilidade de leitura, mas com QI elevados (leitores discrepantes) e crianças com pobre habilidade de leitura, mas com QI rebaixados (leitores não-discrepantes). Os participantes com dificuldades de leitura tinham entre oito e 17 anos, mas sem qualquer diagnóstico de desordem psiquiátrica, neurológica, sensorial ou déficit de atenção, e não usavam qualquer medicação psicotrópica.

     Os dados revelaram que os pobres leitores, discrepantes e não-discrepantes, exibiram padrões similares de ativação reduzida nas áreas cerebrais, como, as regiões occipito-temporal e parieto-temporal esquerdas. Os resultados convergem com as evidências comportamentais indicando que, independente do QI, pobres leitores têm tipos de dificuldades de leitura similares em relação ao processamento fonológico.

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