
Inteligência entre culturas
Concepções
de inteligência variam amplamente entre culturas. Por exemplo, concepções
tailandesas de inteligência, enfocam cinco grandes áreas: (1) um fator
cognitivo geral, muito similar ao fator “g” que comumente emergem dos testes
ocidentais da inteligência, (2) inteligência interpessoal (competência social),
(3) inteligência intrapessoal (entender a si próprio), (4) autoafirmação,
sabendo revelar-se quando é brilhante e (5) autonegação, sabendo revelar-quando
não é inteligente. Contrastando, as
concepções norte-americanas centram-se em três grandes áreas: solucionar
problemas práticos, habilidade verbal e competência social.
Estudos realizados na África fornecem
outra maneira para entender as diferenças substanciais entre as culturas acerca
da inteligência. Estudos têm considerado que, na África, as concepções de
inteligência envolvem amplamente as habilidades que ajudam a facilitar e manter
as relações harmoniosas entre grupos; as relações dentro dos grupos são,
também, igualmente importantes e, às vezes, mais importantes. Em Zâmbia, os
adultos enfatizam as responsabilidades sociais, a cooperação, e a obediência
como elementos importantes para a inteligência; estudantes inteligentes são esperados
tratarem adultos respeitosamente. No Quênia, os pais enfatizam a participação
responsável na família e vida social como importantes aspectos da
inteligência. No Zimbabwe, a palavra
para inteligência, ngware, realmente significa ser prudente e cauteloso,
particularmente nas relações sociais. Em Gana e na Costa do Marfim, as pessoas
vêm o servir à família e à comunidade, bem como, a polidez e respeito aos mais
velhos, como elementos fundamentais para a inteligência.
A ênfase nos aspectos sociais da
inteligência não é limitada à cultura Africana. Noções de inteligência em
muitas culturas Asiáticas também destacam o aspecto social da inteligência mais
do que a ideia a cultura ocidental convencional ou mesmo baseado no QI
(Quociente Intelectual). Além de enfatizarem habilidades sociais em suas
definições de inteligência, elas também destacam o papel dos aspectos
cognitivos. No Quênia, foi revelado que
há quatro termos distintos constituindo concepções de inteligência entre
trabalhadores rurais: rieko (conhecimento e habilidades), luoro (respeito),
winjo (compreensão de como manipular problemas na vida real) e paro
(iniciativa), Note-se, ainda, que apenas o primeiro destes termos refere-se
diretamente ao conhecimento baseado em habilidades, entre as quais habilidades
acadêmicas fazem parte.
Mesmo nos Estados Unidos não há uma única
concepção de inteligência. Vários grupos étnicos na Califórnia têm diferentes
ideias acerca da inteligência. Por exemplo, pais de estudantes latinos
enfatizam a importância das habilidades e competências sociais, enquanto os
pais Asiáticos e Anglicanos enfatizam a significância das habilidades
cognitivas. Professores, de origem anglicana, também destacam habilidades
cognitivas mais competência social.
Assim considerando, estas concepções
variadas revelam teorias implícitas de inteligência que parecem estenderem-se
além da convencional inteligência psicométrica que os testes medem.