
Liderança e traços de personalidade
O Modelo dos Grandes Cinco Fatores (Big Five) é uma maneira de categorizar os traços de personalidade em cinco grandes atributos, os quais permitem englobar todas as características que distinguem a personalidade de uma pessoa em relação a outra. Esses cinco atributos, usados para descrever a personalidade de uma pessoa, são: abertura para a experiência, conscienciosidade, extroversão, agradabilidade e neuroticismo. Abertura para a experiência descreve o quão desejosa é uma pessoa em experenciar novas coisas. Conscienciosidade é quão responsável, e trabalhadora, uma pessoa é. Extroversão é o quanto de interesse/satisfação a pessoa tem de estar envolvida com outras pessoas. Agradabilidade é ser amável e otimista. Por fim, neuroticismo tem a ver com o quão controlado, e emocionalmente estável, uma pessoa é.
Grande número de pesquisas sobre este modelo sugere que cada traço de personalidade é importante para a liderança bem sucedida. Todavia, os resultados não têm identificado que um traço seja mais importante que outro. Talvez isto ocorra porque diferentes pesquisadores usam diferentes testes para medir esses traços de personalidade, bem como, porque diferentes pesquisadores usam diferentes indicadores de sucesso da liderança.
Por outro lado, pesquisas também têm mostrado que o nível de energia e tolerância ao estresse são importantes para o sucesso da liderança; ter um alto nível de energia e tolerância ao estresse permite aos líderes lidarem com as demandas frequentemente envolvidas nas posições de liderança, incluindo ritmo intenso, esforço e dedicação por longos, e contínuos, períodos. Posições de liderança envolvem, frequentemente, estresse, devido à pressão sofrida para a tomada de decisões, especialmente, em tempos de crise, e habilidade para manter a calma e pensar intensamente os problemas, o que, em conjunto, certamente levarão a pensar em uma liderança mais eficaz.
Para a maioria dos estudiosos, autoconfidência do líder parece estar relacionada à liderança de sucesso. Autoconfidência é a crença na própria habilidade para realizar tarefas difíceis e, por consequência, para influenciar pessoas. Todavia, o excesso de confidência pode causar aos líderes tomarem riscos excessivos, bem como, a tornarem-se arrogantes e, até mesmo, agressivos com as pessoas ao redor, minimizando, portanto, seu sucesso.
O termo “lócus de controle” descreve como uma pessoa vê as causas de seu comportamento. Pessoas com lócus de controle interno acreditam que os eventos em suas vidas são determinados, e controlados, por elas pessoalmente. Já as pessoas com um lócus de controle externo acreditam que o que acontece em suas vidas é controlado pelo acaso, ou por algum fator externo. Elas acreditam que têm pouco controle sobre suas vias e não têm nada para mudar. Baseando-se nessas idéias, supõe-se que pessoas com um lócus de controle interno acreditam em poder controlar e influenciar suas vidas. Elas são mais voltadas ao futuro e mais prováveis de tentaram solucionar problemas mais atentivamente. Ao lado disso, são mais flexíveis e, quando experenciam fracasso, são mais prováveis de aprender com seus erros do que pessoas com um lócus de controle externo. Pesquisas nesse domínio sugerem que ter um lócus de controle interno favorece o sucesso da liderança.
Finalmente, pessoas que exibem maturidade emocional têm visão realística de suas potencialidades e fraquezas, bem como, trabalham em direção ao auto melhoramento, ao invés de negar suas fraquezas e focalizar apenas em seus potenciais. Líderes emocionalmente maduros são menos autocentrados, têm mais autocontrole e são menos predispostos a oscilação de humor. Ademais, têm relações mais cooperativas com outras pessoas em seu ambiente de trabalho.
Os traços interpessoais da liderança veremos num próximo texto.