Manejo da dor pela internet

Manejo da dor pela internet

            Apesar do avanço nos recentes tratamentos de dor, o alívio da sensação dolorosa ainda é um dos grandes desafios de saúde pública. Com dispersão, de acordo com epidemiologistas, mais ampla do que a das doenças cardiovasculares, câncer e diabetes combinadas, a dor também apresenta custos equivalentes. De tal forma que as dificuldades apontadas para seu manejo vão desde barreiras não-médicas, como culturais, sociais, econômicas e psicológicas, ao acesso inadequado à programas multidimensionais de tratamento, bem como, à falta de treinamento e educação dos profissionais de saúde.

            Um dos métodos utilizados para melhorar tal manejo, e outras condições afins, tem sido fornecer aos pacientes um programa educativo que os capacite a conhecer, e ter habilidade e confiança para lidar, apropriadamente, com, sua própria saúde. Entretanto, programas desta natureza são limitados pela baixa participação dos pacientes em virtude de suas limitações físicas e pelo alto custo do atendimento de um grande número de pacientes em diferentes áreas geográficas. Em face destas barreiras, intervenções virtuais, que primam pela viabilidade econômica, tempo real, amplo alcance e reduzido custo de pessoal, têm se destacado como alternativa para profissionais fornecerem tais cuidados a uma numerosa e variada população.

            Intervenções deste tipo incluem disponibilizar cuidados com a saúde em websites, suporte para tomadas de decisões clínicas e instrumentos para avaliação de risco em saúde, terapias psicossociais pela internet e programas multidimensionais de autocuidado. Tais intervenções terapêuticas consistem de programas terapêuticos autoadministrados, oferecidos em módulos semanais, variando de 6 a 20 semanas. Pergunta-se: “Intervenções terapêuticas pela internet têm impacto positivo na saúde dos pacientes?”. Para responder a esta questão, uma análise sobre o assunto, pesquisada na literatura publicada de 1990 a 2010, avaliou os efeitos de tais intervenções em pacientes com dor de qualquer tipo. Dados revelaram que muitas terapias comportamentais e cognitivas mostraram melhoria na intensidade de dor, nas atividades físicas e custos associados ao tratamento. Mas seus efeitos sobre depressão e ansiedade foram menos consistentes. Adicionalmente, revelaram, também, que programas de suporte, baseados na internet, podem levar à melhoria da redução do stress em saúde, além de reduzir dor em crianças e adolescentes.

           Também na internet foram encontradas terapias especializadas, disponibilizadas por profissionais do ramos, com impactos positivos para variadas condições de saúde, aqui incluindo, especialmente, dor crônica e dor de cabeça. Não obstante, ainda é desconhecido que tipos de pacientes melhor se beneficiam de programas educativos do gênero para o manejo seguro e eficiente da dor.

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